Sprache

Category: Heidegger - Termos originais
Submitter: Murilo Cardoso de Castro

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NT: Language (Sprache), 9, 19, 32, 42fn (genetivus objectivus), 55, 85fn (present perfect), 87 + fn, 119 (adverbs), 133, 157 + fn (statement), 160-166 (§ 34), 161fn, 167-168, 272, 349 (tenses, their types of action), 369, 406. See also Articulation; Copula; Discourse; Expressedness; Grammar; Hermeneutics; Infinitive; Logic; Rhetoric [BTJS]



A crítica da instrumentalização da linguagem visa a proteger o sentido [Sinn], a dimensão conotadora e simbólica, contra a redução da linguagem ao nível da denotação, do simplesmente operativo. Não se trata apenas de salvar a mensagem linguística da ameaça da pura semioticidade. O filósofo descobre na linguagem o poder do logos, do dizer como processo apofântico [apophansis]; entreve na linguagem a casa do ser, onde o homem mora nas raízes do humano. Se lembrarmos as três constantes que a tradição apresenta na filosofia da linguagem — a lógica da linguagem, o humanismo da linguagem e a teologia da linguagem — , verificamos que o filósofo assume a segunda, radicaliza-a pela hermenêutica existencial, carrega-a de historicidade e transforma a linguagem em centro de discussão, pela ideia da destruição da ontologia tradicional, a partir de sua tessitura categorial. Em Heidegger, uma ontologia [Ontologie] já impossível é substituída pela critica da linguagem, numa antecipação da moderna analítica da linguagem, veja-se esta admoestação do filósofo que abre um texto seu, saído no jornal Neue Zürcher Zeitung (Zeichen, 21-9-1969): "A linguagem representada como pura semioticidade (Zeichengebung) oferece o ponto de partida para a tecnização da linguagem pela teoria da informação. A instauração da relação do homem com a linguagem que parte destes pressupostos realiza, da maneira mais inquietante, a exigência de Karl Marx: "Trata-se de transformar o mundo". [Ernildo Stein; MHeidegger:Nota]


“A linguagem [Sprache], o mais perigoso de todos os bens, foi concedida aos homens [...] para testemunhar o que são [...]”. A linguagem abre os entes, tornando mundo e história possíveis. O homem afirma a sua posição central por meio dos mundos que ele sucessivamente cria e destrói através da história. Ao abrir os entes, a linguagem nos expõe ao perigo que deles provém. A linguagem é simplificada para tornar-se nossa possessão comum, uma mensagem dos deuses é diluída para o consumo mortal. Destarte a linguagem nos coloca no perigo do engano. [DH:146]

Submitted on:  Thu, 15-Jul-2021, 10:59