kosmos

Category: Heidegger - Termos originais
Submitter: Murilo Cardoso de Castro

kosmos

Já nos decisivos começos da filosofia antiga se mostra algo essencial. [Cf. K. Reinhardt, Parmênides e a Hist. da Filos. Grega, 1916, p. 174 ss. e 216, nota. (N. do A.)] Kosmos não quer dizer este ou aquele ente mesmo que irrompe e se impõe com insistência, nem quer dizer também tudo isto reunido; mas significa "estado", isto é, o como, em que o ente, e em verdade, na totalidade, é. Kosmos houtos não designa, por isso, este âmbito de entes em contraste com outro, mas este mundo dos entes à diferença de um outro mundo do mesmo ente, o éon mesmo kata kosmon [2 Cf. Diels, Fragmentos dos Pré-socráticos. Melissos, Fragor. 7, Parmênides, Fragor. 2. (N. do A.)]. O mundo enquanto este "como em sua totalidade" já está na base de toda possível divisão do ente: esta não destrói o mundo, mas sempre dele carece. Aquilo que está en to heni kosmo [Ibidem, Anaxágoras, Fragor. S. (N. do A.)] não o formou primeiramente por um processo de aglomeração, mas é dominado prévia e inteiramente pelo mundo. Heráclito reconhece um outro rasgo essencial do kosmos [Ibidem, Heráclito, Fragm. 89. (N. do A.)]: ho Herakleitos phesi tois egregorosin hena kal kosmon eivai, ton de koimomenon hekaston eis idion apostrephesthai. "Aos despertos pertence um mundo comum; cada um dos que dormem, no entanto, volta-se para seu próprio mundo." Aqui o mundo está posto em relação com modos fundamentais em que o ser-aí humano existe faticamente. Na vigília, o ente se mostra num como sempre uníssono, em geral acessível a cada um. No sono, o mundo do ente é exclusivamente individuado para cada ente em particular. [MHeidegger SOBRE A ESSÊNCIA DO FUNDAMENTO]

Submitted on:  Sat, 20-Jul-2019, 23:19