espontaneidade

Category: Heidegger - Ser e Tempo etc.
Submitter: Murilo Cardoso de Castro

espontaneidade

Em última análise, reside, nesta interpretação de liberdade conquistada a partir da transcendência, uma originária caracterização de sua essência em face da determinação da mesma como espontaneidade, isto é, como uma espécie de causalidade. O começar-por-si-mesmo dá apenas a característica negativa da liberdade, isto é, de que mais para trás não reside uma causa determinante. Esta determinação, porém, passa por alto, antes de tudo, o fato de que fala de "começar" e "acontecer" sem fazer uma diferenciação ontológica, sem que o ser-causa seja caracterizado expressamente e a partir do modo específico de ser do ente que é assim, do ser-aí. Se, por conseguinte, a espontaneidade ("começar-por-si-mesmo") deve poder servir como caracterização essencial do "sujeito", então se requerem duas coisas: 1. A mesmidade deve estar ontologicamente esclarecida para uma possível e adequada formulação do "por-si". 2. Desta mesma clarificação da mesmidade deve decorrer o esboço do caráter do acontecer de um mesmo, para poder determinar a modalidade de movimento do "começar". A mesmidade do mesmo que já está na base de toda a espontaneidade, reside, porém, na transcendência. Aquilo que, projetando e trans-(pro-)jetando, faz imperar o mundo é a liberdade. Só porque ela constitui a transcendência, pode ela manifestar-se, no ser-aí existente, como tipo privilegiado de causalidade. A explicitação da liberdade como "causalidade" se move, porém, já, antes de tudo, dentro de uma determinada compreensão de fundamento. A liberdade como transcendência não é, contudo, apenas uma "espécie" particular de fundamento, mas a origem do fundamento em geral. Liberdade é liberdade para o fundamento. SOBRE A ESSÊNCIA DO FUNDAMENTO

Já a simples enumeração dos conceitos da reflexão dá-nos indicação para uma compreensão mais radical da tese de Kant sobre o ser como posição. A posição mostra-se na estrutura de forma e matéria. Esta estrutura é interpretada como a distinção entre o ato de determinar e o determinável, isto é, em função da espontaneidade da ação do entendimento em relação com a receptividade da percepção sensível. O ser como posição é discutido e situado, quer dizer, colocado na estrutura da subjetividade humana enquanto lugar de sua origem essencial. A TESE DE KANT SOBRE O SER

Submitted on:  Sat, 17-Nov-2007, 17:43