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linguística

Definition:
Benveniste afirma serem três as questões fundamentais da Linguística: "1) — qual é a tarefa do linguista, a que acede e o que descreverá sob o nome de língua? É o próprio objeto da linguística que é posto em questão; 2) — como descreverá este objeto? Será preciso forjar instrumentos que permitam apreender o conjunto dos traços de uma língua no conjunto das línguas manifestadas e descrevê-los em termos idênticos. Qual será, o princípio desses procedimentos e definições? Isto mostra a importância que tem a técnica linguística; 3) — para o sentimento ingênuo do falante como para o linguista, a língua tem como função "dizer alguma coisa". O que é exatamente esta "alguma coisa" em vista do que a língua é articulada e como delimitá-la por relação à própria língua? O problema da significação está posto". A gênese científica destes problemas se inicia com Peirce e Saussure.

Segundo Saussure, a tarefa da linguística será: "a) fazer a descrição e a história de todas as línguas que ela puder atingir; b) procurar as forças que estão em jogo de uma maneira permanente e universal em todas as línguas". Através disto procurar as leis gerais a que podem ser reduzidos todos os fenômenos particulares da história. Para tanto a linguística terá que se auto-definir e se auto-delimitar, visto que o que lhe é essencial é "estranho ao caráter físico do sinal linguístico".

Diz Martinet que "a linguística é o estudo científico da língua humana". A linguística não é prescritiva desde que não recomenda normas (como o faz a Gramática normativa). Ela observa os fatos e quer explicá-los no quadro de seu uso. A linguagem que o linguista estuda é a língua do homem. Esta língua se caracteriza por sua vocalidade: o aprendizado humano se dá primeiramente no plano verbal (poder-se-ia dizer, melhor, que se manifesta primeiramente sob forma verbal). É este o plano que o linguista domina. A língua humana é um fato único, já que nenhuma sociedade animal possui língua. Pode-se pensar a língua como uma das instituições humanas, mas a mais importante. A língua não se caracteriza pela mutabilidade rápida, como as outras instituições. Sua função essencial é de comunicação. Além disto ela serve "de suporte ao pensamento, a ponto de que se poderia perguntar se uma atividade mental à qual faltaria o quadro de uma língua mereceria propriamente o nome de pensamento".

Ao estudar seu objeto, a linguística verifica que a língua não éum decalque da realidade. O signo linguístico é arbitrário, não depende dos referenciais que domina. O referencial-objeto cavalo será "horse", "cheval", "Pferd", "cavàlle"’ sem qua traga em si algo que o obrigue a ser denominado de uma forma determinada. "A cada língua corresponde uma organização particular dos dados da experiência". Para a linguística, a língua é articulada em dois planos distintos. O primeiro plano é o que, através da combinação de palavras, comunica alguma coisa significativa. Uma experiência individual não pode ser transmitida em bloco, mas permite sua comunicação quando emitida numa sucessão de palavras que possa ser descodificada. Nesta primeira articulação, as unidades que a compõem têm uma forma vocal ou fônica e um sentido. Se se desmembrarem elas perdem seu sentido: "sarampo" tem sentido, enquanto "sa", "ram", "po" não têm. Já no segundo plano, suas unidades constituintes, os fonemas não têm sentidos mas são condutores deste. Estas unidades podem ser reduzidas a um pequeno número. No plano da primeira articulação onde as expressões têm sentido, elas se denominam significados; enquanto na segunda articulação são significantes. As unidades da primeira articulação são chamadas de "monemas", e têm duas facetas inseparáveis: do significado, com sentido, e do significante, manifesto sob forma fônica.

A comunicação linguística é dada no tempo, desde que as palavras são expressas em sucessão (enquanto no plano imagético a percepção se faz imediatamente). Para o nível do significado há leis de sucessão também necessárias, pois não é a mesma coisa dizer "o carro atropelou o homem" e "o homem atropelou o carro".

Em resumo poder-se-ia dizer que para a linguística "uma língua é um instrumento de comunicação segundo o qual a experiência humana se analisa, diferentemente em cada comunidade, em unidades dotadas de um conteúdo semântico e de uma expressão fônica, os monemas; esta expressão fônica se articula por sua vez em unidades distintivas e sucessivas, os fonemas, em número determinado em cada língua, cuja natureza e relações mútuas também diferem de uma língua à outra". Estes seriam os objetos da linguística.

Para Martinet, "um estudo é dito científico desde que ele se funda na observação dos fatos e se abstém de propor uma escolha entre esses fatos em nome de certos princípios estéticos ou morais". Para Benveniste isto não é correto, pois "o status da linguística como ciência se imporá, não (como) ciência dos fatos empíricos, mas ciência das relações e deduções, encontrando a unidade do plano na infinita diversidade dos fenômenos linguísticos". (Chaim Katz - DCC)


Esta disciplina emprega o modelo fornecido pela teoria da informação, que analisa os intercâmbios de mensagens em termos de codificação, de transmissão e de descodificação. A linguística consegue explicar não somente os aspectos finitos da linguagem, isto é, a gênese e o funcionamento das unidades linguísticas passíveis de serem efetivamente captadas e catalogadas em um instante determinado, como também os aspectos infinitistas da linguagem, isto é, a capacidade criadora da linguagem que, por meio de um aparato finito, chega a desenvolver discursos em princípio indefinidamente variados. Ela mostrou como é possível trazer à tona as regras subjacentes que presidem à produção de entidades complexas sempre novas, a partir de uma coleção finita de entidades elementares. Fez ver assim que, ao lado das estruturas aparentes da linguagem, existem estruturas profundas, que somente a análise teórica permite apreender. Deste modo, desembocamos numa teoria formal, que explicita a lógica imanente da língua. Esta teoria consegue objetivar completamente o fenômeno estudado; ela não comporta nenhum momento hermenêutico. Permanece, todavia, o problema da restituição da linguagem ao sujeito que fala, da coordenação das estruturas com a intencionalidade viva que anima o discurso. Com efeito, não podemos esquecer que, em definitivo, a linguagem nos serve para evocar estados de coisas e para nos comunicarmos com outrem, que ela não constitui apenas um conjunto de estruturas operando, de certo modo, no vazio e em razão de si mesmas. [Ladrière]

Submitted on 24.11.2009 22:22
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