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Gestaltismo

Definition:
O Gestaltismo parte de considerações teóricas e experimenta construir seu sistema. Seu ponto de referência crítica são os chamados "atomistas" na Psicologia (Condillac, Spencer, Taine etc.).

No seu livro de 1890, von Eherenfels (Uber Gestaltqualitäten), um dos precursores do Gestaltismo, mostrava que as configurações (Gestalten) não podem ser reduzidas aos elementos que aparentemente as compõem. Uma melodia é distinta das notas (que são qualidades sensíveis) que a compõem. A melodia é percebida imediatamente enquanto as notas só o são mediatamente, através da análise. Outro precursor, o físico Ernst Mach, afirmava que as sensações são a base de qualquer ciência , mas que havia dois tipos de sensações, a forma espacial (uma figura geométrica, por exemplo) te a forma temporal (uma melodia, por exemplo) que não podiam ser decompostas. Se se tomar uma melodia e se transpõe seu tom, todas as notas se modificarão, sem que nada se modifique da configuração melódica.

Já no campo propriamente dito do Gestaltismo distinguem-se três direções principais (representadas por três escolas): 1) — de Leipzig (Krüger e Volkt) — enuncia o conceito de totalidade: o todo é maior que a soma de suas partes e se articula distintamente delas. Rejeita o isomorfismo entre psicológico e fisiológico, mostrando como só se podem explicar os processos psíquicos. Os processos psíquicos se organizam muito lentamente e sob a influência emocional (os autores mostraram como os objetos se apresentam com carga afetiva para as crianças) . A percepção não depende de seu ato imediato mas das predisposições emocionais (levando em conta as experiências passadas, valorizando a memória). 2) — de Graz (Meinong e Benussi) — escola dualista. Afirma dois níveis distintos: a sensação, que é imediata, e a percepção, que é sintética, e se elabora sobre as qualidades sensíveis. A percepção de um mesmo conjunto pode variar; admite o princípio de constância para as sensações, negando-o para a percepção (o princípio de constância diz que uma forma boa conserva suas características próprias, quaisquer que sejam os modos de sua percepção). A configuração não é redutível às sensações: são dois níveis distintos. 3) — de Berlim (Wertheimer, Koffka, Köhler) — a principal escola, confundindo-se com o Gestaltismo como um todo. Nega a distinção entre sensação e percepção: há condições exteriores e interiores, mas não podem ser separadas (monismo) . Uma nota só adquire valor na série melódica em que é executada: uma configuração (Gestalt) é um conjunto de elementos que se determinam mutuamente. Uma modificação em algum dos elementos provoca modificações na configuração (por exemplo, uma pintura pode ser modificada por uma mancha) . Afirma o isomorfismo entre o psicológico e o fisiológico: "A ordem que experimentamos no espaço é sempre estruturalmente idêntica à ordem funcional na distribuição dos processos cerebrais subjacentes" (Kohler). As formas são percebidas, salientam-se das outras através de sua qualidade pregnante; são as ‘boas formas’. Estas formas provêm da própria natureza das coisas e também das propriedades do espírito (afirmando, assim, a existência de configurações naturais) . Um sistema físico alcança um equilíbrio quando satisfaz às condições para o sistema como um todo. Se uma parte de um sistema puder formular suas próprias leis de equilíbrio independentemente, ela se constituirá em sistema autônomo. Estas configurações boas, quer dizer, bem estruturadas (harmoniosas, simétricas, equilibradas, simples) impõem-se de tal modo que a percepção pode completá-las quando apresentarem falhas. Apontam-se como exemplos de configurações físicas a estrutura atômica e o sistema solar. A escola de Berlim não valoriza a memória, afirmando que a percepção se realiza a cada nova visada; o conhecimento da realidade não modifica a maneira pela qual se percebe. Apesar das distintas escolas, podem-se resumir os princípios do Gestaltismo: 1) — o todo é a unidade mais proveitosa para a análise, já que ele se constitui em sistema independente; 2) — há isomorfismo entre o psicológico e o fisiológico; 3) — as boas formas não são apenas produtos intencionais pois existem também no mundo físico; 4) — a tendência do aprendizado é a apreensão de totalidade cada vez maiores e de suas relações (por isto o aprendizado é descontínuo); 5) — a percepção se renova permanentemente: é contemporânea; 6) — a percepção é imediata, não há intermediários; 7) — não há explicações de como se dá uma configuração, mas porque se dá uma configuração e não outra; 8) — recusa-se o atomismo psicológico.

Uma outra direção do Gestaltismo, mas que nem sempre é reconhecida como pertencente a ele por sua radical recusa do empirismo e por sua influência sobre teorias estruturais, é a obra de Goldstein. No seu livro sobre a construção do organismo, Goldstein diz que o organismo é um todo que se desregula e se desconhece quando se o quer analisar como um objeto físico: reflexo (ver behaviorismo), instinto, localização etc, não são realidades biológicas, mas abstrações realizadas no laboratório. Goldstein rejeita o método analítico. Para ele o meio é diferente para os diversos organismos, que só retêm e filtram os excitantes que lhes convêm. Um meio se torna, pois, a criação de um organismo em sua "explicação" com o mundo: um organismo se organiza organizando seu meio. O meio é produto do organismo (e com isto Goldstein parte para um novo método analítico, estrutural). Cada organismo que se explica com o mundo tem seu comportamento privilegiado. É este comportamento que constitui a essência do organismo: esta essência é a marcha geral, a constante, a estrutura viva de um organismo, com seus movimentos de flexão de origem cortical, elos da totalidade que o igualam com o seu ambiente ; e seus movimentos de extensão, de origem subcortical, mais desarmônicos e insulares, e mais dependentes do exterior. Acontece que o organismo é perturbado em sua explicação com o mundo: entra, então, em reação catastrófica, como o medo ou a angústia. Sua essência se perde, ele se desestrutura, perde suas diferenciações. E todo o organismo e, correlatamente, seu ambiente, que está em causa nesta reação catastrófica. Se a causa permanece durável (por exemplo, uma lesão), o organismo se inventa um novo comportamento privilegiado, uma nova essência, fora da qual permanece patologicamente incapaz de agir. (CSK - DCC)

Submitted on 15.05.2011 15:47
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