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ontologismo

Definition:
(in. Ontologism; fr. Ontologisme; al. Ontologismus; it. Ontologismó).

Doutrina segundo a qual "o trabalho filosófico não começa no homem, mas em Deus; não sobe do espírito ao Ente, mas desce do Ente ao espírito" (Gioberti, Intr. allo studio della fil., 1840,11, p. 175). O ontologismo opõe-se ao psicologismo, que segue caminho oposto e é considerado típico da filosofia moderna, a partir de Descartes. A tese fundamental do ontologismo é de que o homem possui uma visão ou intuição imediata direta do ente: ou do ente genericamente entendido como noção geral do ser (como julga Rosmini) ou do ente entendido como o próprio Ente supremo, Deus (como julga Gioberti). Esta tese fundamental deriva do agostinismo escolástico, que sempre insistiu na iluminação direta do intelecto humano por Deus, e, mais imediatamente, dos ocasionalistas e de Malebranche, que reduziram toda espécie de conhecimento à visão em Deus (v. agostinismo; ocasionalismo). Contudo, o ontologismo inclui-se no quadro do retorno romântico à tradição que domina a filosofia europeia na primeira metade do séc. XIX e ressalta os dois conceitos interligados, revelação e tradição. De fato, intuição do ente é entendida como a revelação que o ente faz de si próprio ao homem.

O ontologismo de Rosmini limita essa revelação à noção geral do ser ou "ser possível", entendido como forma fundamental e originária da mente humana e como condição de qualquer conhecimento, que seria síntese entre a ideia do ser e um dado sensível (Nuovo saggio sull’origine delle idee, 1830, §§ 492, 537). O ato do conhecimento assim entendido é a percepção intelectiva . Para Gioberti, porém, Deus revela-se ao homem (à intuição) em sua própria atividade criadora, e a intuição expressa-se plenamente na fórmula "o Ente cria o existente", que relaciona três realidades: causa primeira, substâncias criadas e ação criadora (Int. alio studio della fii, 1840, II, p. 183). Tanto Rosmini quanto Gioberti tacham a filosofia moderna de subjetivista, de psicologista e de nihilista, mas na realidade, como já dissemos, sua doutrina é francamente romântica e encontra correspondência na filosofia do segundo Schelling, na de Schleiermacher e na de outros expoentes românticos. Uma continuação do ontologismo na filosofia contemporânea pode ser considerada a filosofia de P. Carabellese, que procurou conciliar Rosmini com Kant. Carabellese considera a consciência, que é o ponto de partida e o único fundamento da filosofia, como a consciência que o sujeito tem do ser, mas, ao contrário de Rosmini e de Gioberti, considera o ser como absolutamente imanente à própria consciência. No entanto, também Carabellese chama esse ser de Deus e considera-o fundamento da objetividade de todas as coisas particulares que a consciência pode atingir (Critica dei concreto, 1921; II problema teológico come filosofia, 1931). [Abbagnano]


O ontologismo, fundado principalmente por Malebranche (século XVII) e de novo admitido, no século XIX, por certas escolas católicas, é historicamente uma consequência da teoria cartesiana do conhecimento e do ocasionalismo, para o qual a "ação" das criaturas só tem Deus como causa propriamente dita, sendo as criaturas só aparentemente ativas. Pelo que, também não desenvolvemos atividade no ato do conhecimento, nem as coisas atuam sobre nossos sentidos e entendimento. Os seres sensíveis são meras ocasiões para "orar", isto é, para dirigir nossa atenção a Deus, em cuja essência contemplamos todas ou, ao menos, as ideias das coisas espirituais. Contudo, esta visão de Deus não é idêntica à dos bem-aventurados, reduz-se apenas a ver sua essência, enquanto arquétipo de todas as ideias (Malebranche), ou enquanto causa das coisas criadas (Gioberti). Este conhecimento, na medida em que se refere à essência de Deus, também não é claro, mas obscuro; é mais um receber passivo do que um saber judicativo. Só o termo finito da relação é objeto de conhecimento claro e reflexo. Deus, o Ser primeiro (primum ontologicum; donde, o nome de ontologismo), é também o primeiro Conhecido, no qual conhecemos tudo o mais. — Os principais representantes do ontologismo no século XIX foram Ubaghs) (da escola de Lovaina), Gioberti e Rosmini. — O erro capital do ontologismo consiste em confundir com o Ser divino, infinito, o ser enquanto tal, abstrato, indeterminado co-apreendido por nós em toda percepção e em todo pensamento. — Rast. [Brugger]


Em sentido geral, entende-se por ontologismo, sobretudo em teoria do conhecimento, a tendência para considerar de um modo exclusivo e parcial o objeto do conhecimento como o primeiro do qual deriva a legitimidade do próprio conhecimento. A ontologia converte-se então em base da gnoseologia e ainda da epistemologia.. Contudo, o ontologismo não coincide exatamente com o realismo filosófico e epistemológico, mesmo quando historicamente surgiu de uma oposição determinante das correntes idealistas. Pode verificar-se essa diferença na própria origem da corrente ontologista, tal como foi explícita e consciente admitida pelos ontologistas italianos, que começaram por contrapor o ontologismo ao psicologismo, especialmente de tipo cartesiano, afirmando que este último parte de um dado psíquico interior e deduz o inteligível do sensível, isto é, a ontologia da psicologia.

Quanto ao problema do conhecimento de Deus, alguns ontologistas inclinam-se para a aceitação de um processo imediato; outros propõem uma mudança radical relativamente a qualquer ponto de partida psicológico: o primado pertence ao inteligível, de tal modo que se no domínio do conhecimento a compreensão do ente é direta, no domínio do ser pode chegar-se inclusive a sustentar que o ente cria o existente. Assim, na ideia dos ontologistas, o ser soberano, tal como as ideias eternas e universais do criado, constituem o objeto direto e imediato da inteligência. Pensar é, para eles, apreender o inteligível, de tal modo que não pode haver derivação do psicológico ou do gnoseológico para o ontológico, mas, em todo o caso, o processo inverso.

O ontologismo foi rejeitado pela hierarquia católica como heterodoxo, sobretudo por ensinar o conhecimento imediato de Deus. [Ferrater]

Submitted on 21.10.2010 12:24
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