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Léxico Filosofia

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argumento

Definition:
(gr. logos; lat. argumentum; in. Argument; fr. Argument; al. Argument; it. Argomentó).

1. Num primeiro significado, argumento é qualquer razão, prova, demonstração, indício, motivo capaz de captar o assentimento e de induzir à persuasão ou à convicção. argumento comuns ou típicos ou esquemas de argumento são os lugares (topoi, loci) que constituem o objeto dos Tópicos de Aristóteles. Cícero, com efeito, definia os lugares como as sedes das quais provêm os argumento, que são "as razões que dão fé de uma coisa duvidosa" (Top., 2, 7). O significado generalíssimo da palavra argumento também é esclarecido pela definição de Tomás de Aquino: "argumento é o que convence (arguit) a mente a assentir em alguma coisa" (De ver., q. 14, a. 2, bb. 14), e pela de Pedro Hispano, que retoma a expressão de Cícero: "argumento é uma razão que dá fé de uma coisa duvidosa" (Summ. log., 5.02). No mesmo sentido, essa palavra é usada por Locke na definição da probabilidade, que existe quando "existem argumento ou provas capazes de fazer uma proposição passar por verdadeira ou de ser aceita como verdadeira" (Ensaio, IV, 15, 3). E Hume, por sua vez, dividia os argumento em demonstrações (puramente conceituais), provas (empíricas) e probabilidades (Inq. Conc. Underst., VI, nota). Nesse sentido, argumento é qualquer coisa que "dá fé" segundo a excelente expressão de Cícero, isto é, que de algum modo produza um grau qualquer de persuasão.

2. No segundo significado entende-se por argumento o tema ou o objeto (in. subject-matter; al. Aufgabe), o assunto de um discurso qualquer, aquilo em torno de que o discurso versa ou pode versar. A esse segundo significado do termo vincula-se o seu uso em lógica e matemática para indicar os valores das variáveis independentes de uma função. Nesse sentido, argumento é o que preenche o espaço vazio de uma função ou aquilo a que uma função deve ser aplicada para que tenha determinado valor. Essa palavra foi usada pela primeira vez nesse sentido por G. Frege (Funktion und Begriff, 189D (v. função). [Abbagnano]


a) Diz-se, na Lógica, da proposição que se enuncia em favor de uma tese. Veja-se demonstração e a distinção entre esta e argumento.

b) Na Mat., no cálculo dos functores, o determinante, o que determina, é o functor, e o que é determinado, é o argumento.

c) Na Logística, a proposição que determina é o functor e a que é determinada é o argumento. Em ambos os sentidos, determinar tem um sentido muito amplo; assim, na proposição chove e neva, e determina ambas partes, chove, neva.

Argumento ab absurdum — Vide prova.

Argumento ad hominem — É o que se cinge, maliciosamente, a fatos ou razões apresentadas por um oponente, sem propriamente entrar no mérito da questão. Seria um argumento ad hominem o que demonstrasse a improcedência de uma determinada prova oferecida por alguém, evidenciando a fraqueza da demonstração oferecida, sem propriamente examinar a procedência ou não da tese, nem de sua validez independente dos argumentos oferecidos.

ARGUMENTO BACULINUM — (ou ad baculum, pelo cacete). Argumento, cuja força é dada pela timidez ou pelo temor humano. Seu nome provém do emprego de quem, desejando provar a existência do mundo exterior, bateu no solo com o seu baculum.

ARGUMENTO A SIMULTÂNEO — Vide prova.

ARGUMENTO A TESTIMONIO — Vide prova.

ARGUMENTO DA FLECHA — É um dos argumentos de Ze-no de Eleia contra o movimento. Se tudo o que ocupa uma extensão igual à sua, está em repouso, uma flecha, atirada a um alvo, ocupa sempre uma extensão igual à sua. Deve estar, consequentemente, sempre em repouso; ou seja, é imóvel.

ARGUMENTO DE AQUILES — Argumento usado por Zeno de Eleia para demonstrar que um cozpo, em movimento mais rápido, jamais pode alcançar um outro em movimento mais lento, porque, cada vez que o primeiro alcança o ponto que o outro ocupava, este já o ultrapassou. Com esta famosa aporia, entre outras, pretendeu Zeno provar a impossibilidade do movimento na concepção de que a linha fosse composta de um número infinito de pontos, como afirmavam alguns pitagóricos menores.

Aquiles, de pés ligeiros, persegue uma tartaruga. Quando ele recorre o caminho que a tartaruga levava de vantagem, já esta percorreu outro espaço. Coberto este por Aquiles, novo espaço já foi percorrido pela tartaruga. Assim, embora diminuam crescentemente a distância entre ele e a tartaruga, aquele jamais a poderia alcançar, porque sempre existirá um espaço que os separa, até o infinito.

O argumento funda-se na divisibílidade infinita do espaço. Admitindo-se que a extensão possa ser potencialmente dividida in infinitum, não o é dividida em passos como os da tartaruga nem os de Aquiles. Se os passes de Aquiles fossem pontos indivisíveis, o argumento poderia ter certo fundamento. Como não o são, a afirmativa de Zeno não tem procedência nem validez, senão, e apenas, se se admitisse a concepção da composição do espaço por um número infinito de pontos (naturalmente, em ato. o que não é aceito pelos pitagóricos maiores, nem pela filosofia positiva e concreta).

ARGUMENTO DE AUTORIDADE — Vide autoridade e autoritarismo.

a) É o argumento fundado na posição de alguém, considerado como conhecedor competente de determinada matéria.

b) Na Religião, o argumento de autoridade é válido, porque as revelações são obtidas através de homens escolhidos pela divindade.

c) Na Ciência, o argumento de autoridade tem um valor relativo, e exige a verificação e a confirmação.

d) Na Filosofia, tem apenas no que se refere ao modo de pensar do autor. Fora do que se refere ao que é precipuamente de sua doutrina, o argumento de autoridade é falho, pois, na Filosofia, a única e verdadeira autoridade é a demonstração. Vide ad verecundiam (argumento).

A prova é mister em todo saber epistêmico, porque ciência é o conhecimento das causas, cujas afirmações são provadas. A prova pode ser a experimental ou a demonstração lógica. A Ciência observa e experimenta, e a Filosofia demonstra. O filosofar apenas opinativo é o filosofar prático e não teórico, é um filosofar primário.

ARGUMENTO DE BERKELEY — Consiste esse argumento na afirmação de que nos é impossível, psicologicamente, construir ideias gerais, pois não podemos pensar em cavalo, sem representarmos a imagem de sua cór (o que não é verdade para todos). Esse argumento pretende demonstrar a impossibilidade de ideias gerais com existência psicológica.

ARGUMENTO DE BURIDAN — Vide asno de Buridan.

ARGUMENTO DE CAUCHY — Consiste este argumento em provar a impossibilidade matemática de um infinito numérico em ato. Vide infinito numérico.

ARGUMENTO DO TERCEIRO HOMEM — Este argumento, feito contra Platão, é exposto assim: Os objetos grandes são grandes porque participam da grandeza. Mas juntando-se todos os objetos grandes mais a grandeza, tudo isso, que é grandeza, assemelha-se ou participa de uma outra forma da grandeza, que inclui a primeira e os objetos grandes. E se juntarmos estes e mais as duas grandezas, participam eles de uma outra forma da grandeza, maior ainda que as anteriores, e assim ao infinito. O mesmo se daria oom os homens que participam da humanidade, mas aqueles juntos a esta, participam de outra humanidade e, assim, sucessivamente.

Este «argumento do terceiro homem», foi esgrimido contra Platão, e deste era conhecido. O intuito é mostrar que não há uma «única» forma, mas muitas, infinitas até.

Contudo, é evidente o sofisma, pois a conjunção dessa multiplicidade é feita noeticamente (no espírito humano). A forma da grandeza não é da mesma natureza que as coisas grandes e, portanto, a sua reunião não acrescentaria nenhuma grandeza maior, como se pretende, por considerar fisicamente a forma, o que aliás é o esquema sempre presente em suas criticas. A natureza das formas é meramente eidética, sem dependência dos esquemas noéticos.

ARGUMENTO FISICO-TEOLÓGICO de Kant — É o argumento em favor da existência de Deus, fundado na ordem, na finalidade e na beleza, que apresenta o cosmos, na sua unidade manifesta e na impossibilidade que há de ser obra ou efeito do acaso, como foi formulado por Kant, e o qual examinamos e criticamos em Deus (provas de sua existência) (Vide).

ARGUMENTO ONTOLÓGICO da existência de Deus — Foi enunciado por Santo Anselmo, que o expôs em seu famoso «Proslogion», o qual provocou inúmeras controvérsias.

Podemos resumi-lo da seguinte maneira:

1) O ser humano percebe que há uma hierarquia de perfeições nos seres, não só específica como genericamente considerados. Ademais, todas as perfeições devem ter um representante que as possua intrinsecamente, num grau mais elevado que os outros.

2) Consequentemente, o ser humano pode conceber um ser que tenha a maior perfeição, sem que um outro o ultrapasse, pois, do contrário, este seria o de maior perfeição.

3) Pode-se, portanto, conceber um ser, acima do qual nada de maior se possa imaginar ou conceber. Até aqui todos os refuta-dores estão de acordo.

4) Resta provar que este ser, maior que todos, quê é por nós concebido como o maior de todos, existe necessariamente.

Em primeiro lugar, não podemos concebê-lo como não existente, pois não seria o maior. Santo Anselmo diz: «Das coisas que existem, com certeza pode-se concebê-las como não existentes, e muitas das existentes pode-se concebê-las como podendo não existir». Embora nenhuma das coisas que existem podem ser acreditadas como não existentes, pois, na verdade, elas existem, podemos, no entanto, pensá-las como não existentes. Mas o ser, que está acima de tudo, não podemos pensá-lo como não existente, porque negaríamos a hierarquia das perfeições e todo o fundamento da participação.

Como bem salientou Locke, até o ateísta, quando consequente, aceita a existência de um ser que não teve princípio nem fim. Chamem-no matéria, energia, ou qualquer dos muitos nomes com que se costuma denominá-lo, mas todos, sem excepção, reconhecem que ele não tem princípio nem fim, pois, do contrário, viria do nada.

E prossegue Santo Anselmo: «Podemos, pela imaginação, destruir muitas coisas que sabemos existir, e supormos a existência de muitas outras, que sabemos que não existem...» E mais adiante diz: «o que não podemos é pensar que existe e não existe ao mesmo tempo.» E sintetizando as suas palavras, este é o seu pensamento: o que existe, no ato de existir, não podemos pensar como não existente, mas podemos pensá-lo como possivelmente não existente, embora exista. Expõe Santo Anselmo: que nenhuma das suas palavras afirmaram que, pelo simples fato de estar uma ideia na inteligência, ela esteja na realidade. Todo ser contingente pode ser pensado como não existente, mas tudo o que pudemos pensar como não existente não é aquilo «acima do qual nada se pode pensar de maior»

Se este ser não existe, e se podemos pensar nele, ele ainda não seria ele, porque não existia. Nem podemos pensar que ele possa vir a existir, porque, nesse caso, também não é ele. A existência de um ser maior que qualquer outro é inevitavelmente necessária, e esse ser não poderia deixar de existir porque, do contrário, se negaria a hierarquia das perfeições e, consequentemente, a participação das perfeições.

Todo filósofo, que levar avante e com segurança o seu pensamento, mesmo ateísta, terá de concordar que todas as perfeições, surgidas no processo do devir, estavam contidas, em máximo grau naquele ser que não tem princípio nem fim, pois, do contrário, teria de admitir que cais perfeições surgiram do nada. Consequentemente, não podemos deixar de reconhecer que se o pensamento anselmeano foi exposto em termos platônicos, próprios da sua época e da concepção filosófica do bispo de Bec, não deixavam suas palavras de se referirem a uma longa especulação do pensamento humano sobre o ser, o que não nos permite dizer que o seu argumento seja meramente a simultâneo ou meramente ontológico. A premissa maior pode ser enunciada com estas suas palavras: «Podemos conceber algo que nada rio maior podemos cogitar.»

Essa premissa é o resultado de uma longa especulação do pensamento humano, e tanto o é, que se pode admitir que haja quem não possa tal coisa cogitar. Mas bastaria que um só homem fosse capaz de tal, para que essa premissa fosse verdadeira. Nenhum dos objetores nega a verdade desta premissa. Também nenhum deles poderia deixar de reconhecer que ela não surgiria espontaneamente ao pensamento humano, se não fosse precedida por uma longa especulação.

Se S. Anselmo expôs em termos platônicos o seu argumento, ele, no entanto, pode ser justificado. Foi o que profundamente compreendeu essa figura máxima da filosofia, que é Duns Scot, o grande doutor franciscano, que, posteriormente, seguindo por outros caminhos, e acrescentando novos argumentos, renovou esta prova, tornando-a lógica e filosoficamente irrefutável. Vide Deus, provas de sua existência.

Argumentum ad crumenam — (loc. latim) = argumento da bolsa. Na falta de boas razões, abrir a bolsa. [MFSDIC]




É, em geral, um raciocínio mediante o qual se pretende provar ou refutar uma tese, convencendo alguém da verdade ou falsidade da mesma. Usa-se também, a este respeito, o vocábulo argumentação. Os antigos - sofistas e Platão, Aristóteles, cépticos, etc. - prestaram considerável atenção à questão da natureza dos argumentos, da sua validade ou falta de validade. Alguns dos argumentos estudados eram de caráter logico-formal, mas muitos não encaixavam plenamente dentro da lógica. Aristóteles reconheceu isto, pois enquanto nos Analíticos tratou primeiramente de argumentos de tipo estritamente lógico, nos Tópicos e na Retórica ocupou-se dos chamados argumentos dialécticos ou argumentos meramente prováveis, ou raciocínios a partir de opiniões vulgarmente aceites. Muitos autores modernos adoptaram esta divisão ou outra semelhante a esta. Por exemplo, Kant distinguiu entre o fundamento da prova e a demonstração. O primeiro é rigoroso, enquanto a demonstração não o é. Pode distinguir-se também entre prova ou demonstração -- enquanto são logicamente rigorosas - argumento - que não o é ou não precisa de o ser. Ao mesmo tempo, pode considerarse o argumento: 1/ como aquilo a que Aristóteles chamava “provas dialécticas” - por meio das quais se tenta refutar um adversário ou convencê-lo da verdade da opinião defendida por aquele que argumenta - e 2/ como raciocínio ou pseudo-raciocínio orientado, antes demais, para o convencimento ou a persuasão. Os limites entre estas duas formas de argumento são imprecisos, mas pode considerar-se que a persuasão é demonstrativamente mais débil do que o convencimento. Na maior parte dos estudos dos argumentos, ao contrário das provas estritas, sublinhou-se a importância do logro do assentimento do argumentado. S. Tomás expressa este aspecto ao definir o argumento como “o que o espírito argui para o assentimento de alguém” (questões disputadas sobre a verdade). [Ferrater]

Submitted on 06.01.2010 18:11
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