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decadência

Definition:
fallen, Fall, verfallen, Verfall

O ser cotidiano do pre [das Da] e a DECADÊNCIA da presença [Dasein]. STMSC: §28

Nesses fenômenos, torna-se visível um modo fundamental de ser do pre [das Da] que interpretamos como DECADÊNCIA. STMSC: §28

A constituição existencial desse esquivar-se será evidenciada no fenômeno da DECADÊNCIA. STMSC: §29

A falação, a curiosidade e a ambiguidade caracterizam o modo em que a presença [Dasein] realiza cotidianamente o seu “pre” [das Da], a abertura de ser-no-mundo. Como determinações existenciais, essas características não são algo simplesmente dado na presença [Dasein], constituindo também o seu ser. Nelas e em seu nexo ontológico, desvela-se um modo fundamental de ser da cotidianidade que denominamos com o termo DECADÊNCIA da presença [Dasein]. STMSC: §38

Este termo não exprime qualquer avaliação negativa. Pretende apenas indicar que, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, a presença [Dasein] está junto e no “mundo” das ocupações. Este empenhar-se e estar junto a… possui, frequentemente, o caráter de perder-se no caráter público do impessoal. Por si mesma, em seu próprio poder-ser si mesmo mais autêntico, a presença [Dasein] já sempre caiu de si mesma e decaiu no “mundo”. Decair no “mundo” indica o empenho na convivência, na medida em que esta é conduzida pela falação, curiosidade e ambiguidade. O que anteriormente denominamos de impropriedade da presença [Dasein] recebe agora, com a interpretação da DECADÊNCIA, uma determinação mais precisa. Impróprio e não próprio não significam, de forma alguma, “propriamente não”, no sentido de a presença [Dasein] perder todo o seu ser nesse modo de ser. Impropriedade também não diz não mais ser e estar no mundo. Ao contrário, constitui justamente um modo especial de ser-no-mundo em que é totalmente absorvido pelo “mundo” e pela co-presença [Dasein] dos outros no impessoal. Não ser ele mesmo é uma possibilidade positiva dos entes que se empenham essencialmente nas ocupações de mundo. Deve-se conceber esse não-ser como o modo mais próximo de ser da presença [Dasein], o modo em que, na maioria das vezes, ela se mantém. STMSC: §38

Assim, a DECADÊNCIA da presença [Dasein] também não pode ser apreendida como “queda” de um “estado original” mais puro e superior. Disso não dispomos onticamente de nenhuma experiência e, ontologicamente, de nenhuma possibilidade e guia ontológicos para uma interpretação. STMSC: §38

Enquanto ser-no-mundo fático, a presença [Dasein], na DECADÊNCIA, já decaiu de si mesma; mas não decaiu em algo ôntico com o que ela se deparou ou não se deparou no curso de seu ser, e sim no mundo que, em si mesmo, pertence ao ser da presença [Dasein]. A DECADÊNCIA é uma determinação existencial da própria presença [Dasein] e não se refere a ela como algo simplesmente dado, nem a relações simplesmente dadas com o ente do qual ela “provém”, ou com o qual ela posteriormente acaba entrando em um commercium. STMSC: §38

Seria igualmente um equívoco compreender a estrutura ontológico-existencial da DECADÊNCIA, atribuindo-lhe o sentido de uma propriedade ôntica negativa que talvez pudesse vir a ser superada em estágios mais desenvolvidos da cultura humana. STMSC: §38

Por ocasião da primeira indicação do ser-no-mundo como constituição fundamental da presença [Dasein] e na caracterização de seus momentos constitutivos não se considerou fenomenalmente o seu modo de ser na análise da constituição de ser. Sem dúvida, os modos básicos possíveis de ser-em, ocupação e preocupação, foram descritos. Entretanto, não se discutiu a questão do modo de ser cotidiano dessas modalidades. Mostrou-se também que o ser-em difere inteiramente de um contrapor-se observador ou atuante, isto é, que não se trata do simplesmente dar-se em conjunto de um sujeito e um objeto. Não obstante, manteve-se a aparência de que o ser-no-mundo constitui uma armação rígida dentro da qual se desenrolam as possíveis atitudes da presença [Dasein] com seu mundo, sem que se altere ou mesmo se toque na estrutura ontológica do próprio “aparelhamento”. Esse pretenso “aparelhamento”, no entanto, também constitui o modo de ser da presença [Dasein]. No fenômeno da DECADÊNCIA, documenta-se um modo existencial de ser-no-mundo. STMSC: §38

Tornando-se desse modo tentação, a interpretação pública mantém a presença [Dasein] presa em sua DECADÊNCIA. A falação e a ambiguidade, o já ter visto tudo e já ter compreendido tudo, perfazem a pretensão de que a abertura da presença [Dasein], assim disponível e dominante, seria capaz de lhe assegurar a certeza, a autenticidade e a plenitude de todas as possibilidades de seu ser. A certeza de si mesmo e a decisão do impessoal espalham uma suficiência crescente no tocante à compreensão própria e disposta. A pretensão do impessoal, de nutrir e dirigir toda “vida” autêntica, tranquiliza a presença [Dasein], assegurando que tudo “está em ordem” e que todas as portas estão abertas. O ser-no-mundo da DECADÊNCIA é, em si mesmo, tanto tentador como tranquilizante. STMSC: §38

Essa tranquilidade no ser impróprio não conduz, todavia, à inércia e à inatividade. Ao contrário, move para “promoções” desenfreadas. O decair no “mundo” já não tem mais repouso. A tranquilidade tentadora aumenta a DECADÊNCIA. No tocante à interpretação da presença [Dasein], pode surgir a convicção de que compreender as culturas mais estranhas e a sua “síntese” com a própria cultura levaria a um esclarecimento verdadeiro e total da presença [Dasein] a seu próprio respeito. A curiosidade multidirecionada e a inquietação de tudo saber dá a ilusão de uma compreensão universal de presença [Dasein]. Mas o que propriamente se deve compreender permanece, no fundo, indeterminado e inquestionado; não se compreende que compreender é um poder-ser que só pode ser liberado na presença [Dasein] mais própria. Essa comparação de si mesma com tudo, tranquila e que tudo “compreende”, move a presença [Dasein] para uma alienação na qual se lhe encobre o seu poder-ser mais próprio. O ser-no-mundo decadente, tentador e tranquilizante é também alienante. STMSC: §38

Essa alienação não pode, por conseguinte significar que a presença [Dasein] se encontre faticamente arrancada de si mesma; ao contrário, ela move a presença [Dasein] para o modo de ser em que ela busca a mais exagerada “fragmentação de si mesma”, em que ela se vê tentada a todas as possibilidades de interpretação, e isso a tal ponto que as “caracterologias” e “tipologias” dela resultantes tornam-se,- inumeráveis. Essa alienação fecha para a presença [Dasein] a sua propriedade e possibilidade, mesmo que se trate apenas de um autêntico fracasso; e também não a entrega ao ente que ela mesma não é. Força-lhe a impropriedade, num possível modo de ser de si mesma. A alienação da DECADÊNCIA, tentadora e tranquilizante, em sua mobilidade própria, faz com que a presença [Dasein] se aprisione em si mesma. STMSC: §38

Os fenômenos aqui demonstrados de tentação, tranquilidade, alienação e aprisionamento (prisão) caracterizam o modo de ser específico da DECADÊNCIA. Designamos essa “mobilidade” da presença [Dasein] em seu próprio ser de precipitação. A presença [Dasein] se precipita de si mesma para si mesma na falta de solidez e na nulidade de uma cotidianidade imprópria. Mediante a interpretação pública, essa precipitação fica velada para a presença [Dasein], sendo interpretada como “ascensão” e “vida concreta”. STMSC: §38

O modo em que a precipitação se movimenta para e, na falta de solidez do ser impróprio, no impessoal, arranca constantemente o compreender do projeto de possibilidades próprias, lançando-o numa pretensão tranquilizada de possuir ou alcançar tudo. Esse arrancar contínuo da propriedade, sempre dissimulado e junto com o lançamento no impessoal, caracterizam a mobilidade da DECADÊNCIA como turbilhão. STMSC: §38

A DECADÊNCIA não determina apenas existencialmente o ser-no-mundo. O turbilhão também revela o caráter de mobilidade e de lance do estar-lançado que se pode impor a si mesmo na disposição da presença [Dasein]. O estar-lançado não só não é um “feito pronto” como também não é um fato acabado. Pertence à facticidade da presença [Dasein] ter de permanecer em lance enquanto for o que é e, ao mesmo tempo, de estar envolta no turbilhão da impropriedade do impessoal. Pertence à presença [Dasein] que, sendo, está em jogo o seu próprio ser, o estar-lançado no qual a facticidade se deixa e faz ver fenomenalmente. A presença [Dasein] existe faticamente. STMSC: §38

Contudo, nessa demonstração da DECADÊNCIA não se evidencia um fenômeno que fala diretamente contra a determinação pela qual se indicou e caracterizou a ideia formal de existência? Será que a presença [Dasein] pode ser compreendida como no ente em cujo ser está em jogo o poder-ser, se justamente em sua cotidianidade a presença [Dasein] se perdeu a si mesma e, na DECADÊNCIA, “vive” fora de si mesma? A DECADÊNCIA no mundo só constituirá, porém, uma “prova” fenomenal contra a existencialidade da presença [Dasein], caso se admita a presença [Dasein] como um eu-sujeito isolado, como um si-mesmo pontual, do qual ela parte e se move. Nesse caso, o mundo seria um objeto. A DECADÊNCIA no mundo sofreria assim uma transformação em sua interpretação ontológica, tornando-se algo simplesmente dado nos moldes de um ente intramundano. Se, no entanto, mantivermos o ser da presença [Dasein] na constituição de ser-no-mundo, revelar-se-á que enquanto modo de ser deste ser-em, a DECADÊNCIA apresenta a prova mais elementar a favor da existencialidade da presença [Dasein]. Na DECADÊNCIA, trata-se apenas de poder-ser-no-mundo, embora no modo da impropriedade. A presença [Dasein] só pode decair porque nela está em jogo o ser-no-mundo, no modo de compreender e dispor-se. Em contrapartida, a existência própria não é nada que paire por sobre a DECADÊNCIA do cotidiano. Em sua estrutura existencial, ela é apenas uma apreensão modificada da cotidianidade. STMSC: §38

O fenômeno da DECADÊNCIA também não propicia uma “visão noturna e soturna” da presença [Dasein], uma propriedade ôntica que pudesse servir de complemento ao aspecto inocente da presença [Dasein]. A DECADÊNCIA descobre uma estrutura ontológica essencial da própria presença [Dasein]. Ela determina tão pouco o lado noturno e soturno da presença [Dasein] que chega até mesmo a constituir todos os seus dias em sua cotidianidade. STMSC: §38

A interpretação ontológico-existencial não se refere, portanto, a uma fala ôntica sobre a “corrupção da natureza humana”, não apenas porque lhe faltam os recursos necessários, mas também porque a sua problemática antecede qualquer enunciado sobre corrupção ou incorruptibilidade. A DECADÊNCIA é um conceito ontológico de movimento. Do ponto de vista ôntico, não fica decidido se o homem foi ou não “sorvido no pecado”, se está ou não no status corruptionis, se transmigrou para o status integritatis ou se encontra num estado intermediário, isto é, no status gratiae. Fé e “visão de mundo” é que deverão recorrer às estruturas existenciais explicitadas, a fim de poderem emitir tais e tais enunciados e enunciar a presença [Dasein] como ser-no-mundo, supondo-se evidentemente que seus enunciados também pretendam uma compreensão conceitual. STMSC: §38

Todas essas características mostram a mobilidade da DECADÊNCIA em seus caracteres essenciais de tentação, tranquilidade, alienação e aprisionamento. STMSC: §38

O ser-no-mundo já está sempre em DECADÊNCIA. STMSC: §39

Pode-se, portanto, determinar a cotidianidade mediana da presença [Dasein] como ser-no-mundo aberto na DECADÊNCIA que, lançado, projeta-se e que, em seu ser junto ao “mundo” e em seu ser-com os outros, está em jogo o seu poder-ser mais próprio. STMSC: §39

A elaboração dessa disposição fundamental e a caracterização ontológica do que nela se abre como tal retira seu ponto de partida do fenômeno da DECADÊNCIA e delimita a angústia frente ao fenômeno que lhe é próximo, a saber, o fenômeno do medo, anteriormente analisado. STMSC: §39

No propósito de alcançar o ser da totalidade do todo estrutural, partiremos das últimas análises concretas da DECADÊNCIA. Imergir no impessoal junto ao “mundo” das ocupações revela algo como uma fuga de si mesmo da presença [Dasein], e isso enquanto seu próprio poder-ser propriamente. Esse fenômeno da fuga de si mesmo e de sua propriedade parece ser, na verdade, o solo fenomenal menos indicado para se investigar o que haverá de seguir. Pois nessa fuga, a presença [Dasein] não se coloca diante de si mesma. De acordo com a tendência característica da DECADÊNCIA, o desvio conduz para longe da presença [Dasein]. Não obstante, em tais fenômenos, deve-se evitar confundir os caracteres ôntico-existenciários com a interpretação ontológico-existencial. Deve-se também evitar passar por cima dos fundamentos fenomenais positivos presentes naqueles caracteres e importantes para essa investigação. STMSC: §40

Do ponto de vista existenciário, sem dúvida, a propriedade do ser-si-mesmo acha-se na DECADÊNCIA, obstruído e fechado. Esse fechamento, no entanto, é apenas privação de uma abertura que se revela fenomenalmente dado que a fuga da presença [Dasein] é fuga de si mesma. É justamente daquilo de que foge que a presença [Dasein] corre “atrás”. Somente na medida em que, através de sua abertura constitutiva, a presença [Dasein] se coloca essencialmente diante de si mesma é que ela pode fugir de si mesma. Decerto, tanto no desviar-se como no aviar-se, próprios da DECADÊNCIA, não se apreende aquilo de que se foge e nem se faz a sua experiência. No entanto, no desvio de si mesma, descortina-se o “pre” [das Da] da presença [Dasein]. Em razão de seu caráter de abertura, o desvio ôntico-existenciário propicia fenomenalmente a possibilidade de se apreender aquilo de que se foge como tal, de forma ontológico-existencial. Em meio a esse movimento ôntico de “para longe de”, inerente ao desvio, pode-se compreender e conceituar aquilo de que se foge, “aviando-se” para uma interpretação fenomenológica. STMSC: §40

Nessas condições, orientar a análise pelo fenômeno da DECADÊNCIA não exclui, em princípio, a possibilidade de se fazer uma experiência ontológica da presença [Dasein] que se abre nesse fenômeno. Ao contrário, nesse caso, a interpretação não se expõe a uma auto-apreensão artificial da presença [Dasein]. Ela realiza apenas a explicação daquilo que a própria presença [Dasein] abre onticamente. A possibilidade de se chegar ao ser da presença [Dasein], interpretando-se numa repetição e num acompanhamento o compreender dado na disposição, cresce ainda mais quanto mais originário for o fenômeno que funciona metodologicamente como disposição de abertura. De início, dizer que a angústia fornece uma condição desse tipo não passa de mera afirmação. STMSC: §40

Chamamos de “fuga” de si mesmo o decair da presença [Dasein] no impessoal e no “mundo” das ocupações. Entretanto, nem todo retirar-se de…, nem todo desviar-se de… é necessariamente uma fuga. Caráter de fuga tem apenas o retirar-se, baseado no medo daquilo que desencadeia o medo, isto é, do ameaçador. A interpretação do medo como disposição mostrou: aquilo de que se tem medo é sempre um ente intramundano que, advindo de determinada região, torna-se, de maneira ameaçadora, cada vez mais próximo. Na DECADÊNCIA, a presença [Dasein] se desvia de si mesma. Aquilo de que se retira deve possuir o caráter de ameaça; o que, porém, ameaça é um ente que tem o modo de ser de um ente que se retira, ou seja, é a própria presença [Dasein]. Em consequência, aquilo de que se retira não pode ser apreendido como “amedrontador”, porque sempre vem ao encontro como ente intramundano. A única ameaça que pode tornar-se “amedrontador” e que se descobre no medo provém sempre de algo intramundano. STMSC: §40

O desvio da DECADÊNCIA não é, por conseguinte, um fugir que se fundasse num medo de algo intramundano. Nesse sentido, o desviar-se não possuiria o caráter de fuga, sobretudo quando se aviasse para o ente intramundano no sentido de nele empenhar-se. Ao contrário, o desvio da DECADÊNCIA funda-se na angústia que, por sua vez, torna possível o medo. STMSC: §40

A angústia não é somente angústia com… mas, enquanto disposição, é também angústia por… O por quê a angústia se angustia não é um modo determinado de ser e de possibilidade da presença [Dasein]. A própria ameaça é indeterminada, não chegando, portanto, a penetrar como ameaça nesse ou naquele poder-ser faticamente concreto. A angústia se angustia pelo próprio ser-no-mundo. Na angústia perde-se o que se encontra à mão no mundo circundante, ou seja, o ente intramundano em geral. O “mundo” não é mais capaz de oferecer alguma coisa, nem sequer a co-presença [Dasein] dos outros. A angústia retira, pois, da presença [Dasein] a possibilidade de, na DECADÊNCIA, compreender a si mesma a partir do “mundo” e da interpretação pública. Ela remete a presença [Dasein] para aquilo por que a angústia se angustia, para o seu próprio poder-ser-no-mundo. A angústia singulariza a presença [Dasein] em seu próprio ser-no-mundo que, em compreendendo, se projeta essencialmente para possibilidades. Naquilo por que se angustia, a angústia abre a presença [Dasein] como ser-possível e, na verdade, como aquilo que, somente a partir de si mesmo, pode singularizar-se na singularidade. STMSC: §40

Doravante, torna-se fenomenalmente visível do que foge a DECADÊNCIA como fuga. Não foge de um ente intramundano mas justamente para esse ente, a fim de que a ocupação perdida no impessoal possa deter-se na familiaridade tranquila. A fuga decadente para o sentir-se em casa do que é público foge de não sentir-se em casa, isto é, da estranheza inerente à presença [Dasein] enquanto ser-no-mundo lançado para si mesmo em seu ser. Essa estranheza persegue constantemente a presença [Dasein] e ameaça, mesmo que implicitamente, com a perda cotidiana no impessoal. Essa ameaça pode, faticamente, acompanhar uma certeza total e uma não necessidade das ocupações cotidianas. A angústia pode surgir nas situações mais inofensivas. Também não necessita da escuridão onde alguma coisa comum facilmente se torna estranha. Na escuridão não há “nada” para se ver especialmente, embora o mundo esteja ainda e de maneira mais importuna “por aí” [»da«]. STMSC: §40

Ao interpretarmos, de modo ontológico-existencial, a estranheza da presença [Dasein] como ameaça que a própria presença [Dasein] experimenta em relação a si mesma, não se afirma, contudo, que na angústia fática a estranheza já se compreenda nesse sentido. O modo cotidiano em que a presença [Dasein] compreende a estranheza é o desvio para a DECADÊNCIA que esconde o não sentir-se em casa. Do ponto de vista fenomenal, porém, a cotidianidade dessa fuga mostra que, enquanto disposição fundamental, a angústia pertence à constituição essencial da presença [Dasein] como ser-no-mundo. E que, como existencial, jamais é algo simplesmente dado e sim um modo próprio da presença [Dasein] fática, ou seja, é uma disposição. O ser-no-mundo tranquilizado e familiarizado é um modo da estranheza da presença [Dasein] e não o a contrário. O não sentir-se em casa {CH: (desapropriação)} deve ser compreendido, existencial e ontologicamente, como o fenômeno mais originário. STMSC: §40

Como a angústia já sempre determina, de forma latente, o ser-no-mundo, este, enquanto ser que vem ao encontro na ocupação junto ao “mundo”, pode sentir medo. Medo é angústia imprópria, entregue à DECADÊNCIA do “mundo” e, como tal, angústia nela mesma velada. STMSC: §40

De fato, na maior parte das vezes, a disposição da estranheza também permanece incompreendida do ponto de vista existenciário. Em vista do predomínio da DECADÊNCIA e do público, é rara a angústia “propriamente dita”. Com frequência, a angústia é condicionada “fisiologicamente”. Em sua facticidade, esse fato é um problema ontológico e não apenas no que respeita à sua causalidade e processamento ônticos. O irromper fisiológico da angústia só é possível porque a presença [Dasein], no fundo de seu ser, se angustia. STMSC: §40

Pertence, na verdade, à essência de toda disposição abrir, cada vez, todo o ser-no-mundo, segundo todos os seus momentos constitutivos (mundo, ser-em, ser-próprio). Só na angústia subsiste a possibilidade de uma abertura privilegiada uma vez que ela singulariza. Essa singularização retira a presença [Dasein] de sua DECADÊNCIA, revelando-lhe a propriedade e impropriedade como possibilidades de seu ser. Na angústia, essas possibilidades fundamentais da presença [Dasein], que é sempre minha {CH: não egoisticamente, mas lançado para assumir}, mostram-se como elas são em si mesmas, « sem se deixar desfigurar pelo ente intramundano a que, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, a presença [Dasein] se atém. STMSC: §40

A fim de se apreender ontologicamente a totalidade do todo estrutural, deve-se questionar, em primeiro lugar, se o fenômeno da angústia e o que nela se abre podem propiciar fenomenalmente, de maneira igualmente originária, o todo da presença [Dasein], de modo a satisfazer com esses dados a visão indagadora da totalidade. Todo o seu acervo pode ser registrado através de uma enumeração formal: enquanto disposição, o angustiar-se é um modo de ser-no-mundo; a angústia se angustia com o ser-no-mundo lançado; a angústia se angustia por poder ser-no-mundo. Em sua completude, o fenômeno da angústia mostra, portanto, a presença [Dasein] como ser-no-mundo que existe faticamente. Os caracteres ontológicos fundamentais desse ente são existencialidade, facticidade e DECADÊNCIA. Essas determinações existenciais, no entanto, não são partes integrantes de um composto em que se pudesse ou não prescindir de alguma. Ao contrário, nelas se tece um nexo originário que constitui a totalidade procurada do todo estrutural. Na unidade dessas determinações ontológicas da presença [Dasein] é que se poderá apreender ontologicamente o seu ser como tal. Como se deve caracterizar essa unidade em si mesma? STMSC: §41

E, por conseguinte, o existir fático da presença [Dasein] não está apenas lançado indiferentemente num poder-ser-no-mundo, mas já está sempre empenhado no mundo das ocupações. Nesse ser junto a…, que constitui a DECADÊNCIA, anuncia-se, explicitamente ou não, compreendida ou não, uma fuga da estranheza que, na maior parte das vezes, permanece encoberta pela angústia latente, uma vez que o caráter público do impessoal reprime toda e qualquer não familiaridade. Na DECADÊNCIA, o ser junto ao manual intramundano da ocupação acha-se essencialmente incluído no anteceder-a-si-mesma-no-já-ser-em-um-mundo. STMSC: §41

Porque, em sua essência, o ser-no-mundo é cura, pode-se compreender, nas análises precedentes, o ser junto ao manual como ocupação e o ser como co-presença [Dasein] dos outros nos encontros dentro do mundo como preocupação. O ser-junto a é ocupação porque, enquanto modo de ser-em, determina-se por sua estrutura fundamental, que é a cura. A cura caracteriza não somente a existencialidade, separada da facticidade e DECADÊNCIA, como também abrange a unidade dessas determinações ontológicas. A cura não indica, portanto, primordial ou exclusivamente, uma atitude isolada do eu consigo mesmo. A expressão “cura de si mesmo”, de acordo com a analogia de ocupação e preocupação, seria uma tautologia. A cura não pode significar uma atitude especial para consigo mesma porque essa atitude já se caracteriza ontologicamente como anteceder-a-si-mesma; nessa determinação, porém, já se acham também colocados os outros dois momentos estruturais da cura, a saber, o já ser-em e o ser-junto a. STMSC: §41

É no anteceder-a-si-mesma, enquanto ser para o poder-ser mais próprio, que subsiste a condição ontológico-existencial de possibilidade de ser livre para as possibilidades propriamente existenciárias. O poder-ser é aquilo em virtude de que a presença [Dasein] é sempre tal como ela é faticamente. Na medida, porém, em que este ser para o próprio poder-ser acha-se determinado pela liberdade, a presença [Dasein] também pode relacionar-se involuntariamente com as suas possibilidades, ela pode ser imprópria. Faticamente, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, é nessa modalidade que ela se encontra. O próprio em virtude de não é apreendido, e o projeto de poder-ser ela mesma fica entregue ao talante do impessoal. Assim, no anteceder-a-si-mesma, o “si” indica sempre o si-mesmo, no sentido do impessoalmente-si-mesmo. Mesmo na impropriedade, a presença [Dasein] permanece essencialmente um anteceder-a-si-mesma, da mesma forma que a fuga de si mesma na DECADÊNCIA ainda apresenta a constituição de ser na qual está em jogo o seu ser. STMSC: §41

O “querer” tranquilo, que se acha sob a guia do impessoal, também não significa a extinção do ser no poder-ser, mas somente uma modificação. O ser para possibilidades mostra-se, pois, na maior parte das vezes, como simples desejar. No desejo, a presença [Dasein] projeta o seu ser para possibilidades as quais não somente não são captadas na ocupação como não se pensa ou se espera, sequer uma vez, a sua realização. Ao contrário, a predominância do anteceder-a-si-mesma, no modo do simples desejar, comporta uma incompreensão das possibilidades fáticas. O ser-no-mundo, cujo mundo se projeta primariamente como mundo do desejo, perde-se, de modo insustentável, no que se acha disponível, e isso de tal modo que o que está disponível como o único manual jamais é suficiente à luz do que se deseja. Desejar é uma modificação existencial do projetar-se do compreender que, na DECADÊNCIA do estar-lançado, ainda adere pura e simplesmente às possibilidades. Essa adesão fecha as possibilidades; aquilo que está “por aí” [»da«] na adesão do desejo torna-se “mundo real”. Ontologicamente, desejar pressupõe a cura. STMSC: §41

A interpretação do compreender mostrou, ao mesmo tempo, que, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, ela já se colocou na compreensão de “mundo”, segundo o modo de ser da DECADÊNCIA. STMSC: §43

A razão disso reside na DECADÊNCIA da presença [Dasein] e no deslocamento aí motivado da compreensão primordial do ser para um ser como algo simplesmente dado. STMSC: §43

A DECADÊNCIA pertence à constituição de ser da presença [Dasein]. STMSC: §44

Assim como a expressão “DECADÊNCIA”, o termo “não-verdade” é usado aqui em seu sentido ontológico. STMSC: §44

A elaboração do fenômeno da cura permitiu vislumbrar a constituição concreta da existência, ou seja, em seu nexo igualmente originário com a facticidade e a DECADÊNCIA da presença [Dasein]. STMSC: §45

Com isso, explicitam-se os caracteres fundamentais do ser da presença [Dasein]: no anteceder-a-si-mesma, a existência, no já-ser-em…, a facticidade, no ser-junto-a, a DECADÊNCIA. STMSC: §50

De início, mesmo que à guisa de prelineamento, cabe esclarecer como existência, facticidade e DECADÊNCIA da presença [Dasein] desvelam-se no fenômeno da morte. STMSC: §50

É existindo que a presença [Dasein] morre de fato, embora, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, o faça no modo da DECADÊNCIA. STMSC: §50

Existência, facticidade, DECADÊNCIA caracterizam o ser-para-o-fim, constituindo, pois, o conceito existencial da morte. STMSC: §50

Tentação, tranquilização e alienação caracterizam, porém, o modo de ser da DECADÊNCIA. STMSC: §51

A exposição do ser-para-a-morte cotidiano também fornece uma indicação para se tentar assegurar o pleno conceito existencial do ser-para-o-fim, mediante uma interpretação mais aprofundada do ser-para-a-morte na DECADÊNCIA, que aparece como escape de si e da morte. STMSC: §51

Conforme a tendência essencial de DECADÊNCIA da cotidianidade, o ser-para-a-morte mostrou-se como escape encobridor da morte. STMSC: §52

Essa constituição fundamental daquele ente que nós mesmos somos constitui-se de disposição, compreensão, DECADÊNCIA e fala. STMSC: §54

Foram discutidas e interpretadas as estruturas mais gerais de disposição, compreender, fala e DECADÊNCIA. STMSC: §55

Apela-se a presença [Dasein], interpelando-a para sair da DECADÊNCIA no impessoal (já-ser-junto-ao-mundo-das-ocupações). STMSC: §57

Ela compreende em si facticidade (estar-lançado), existência (projeto) e DECADÊNCIA. STMSC: §58

E este é o fundamento da possibilidade do nada da presença [Dasein] imprópria na DECADÊNCIA que, como tal, ela de fato já sempre se dá. STMSC: §58

Se, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, a presença [Dasein] se compreende a partir das ocupações e interpreta todos os seus comportamentos como ocupação, então não haverá de interpretar justamente o modo de seu ser como DECADÊNCIA e encobrimento, modo que, no apelo, ela pretende recuperar da perdição nos afazeres do impessoal? STMSC: §59

Será que, ao invés, não se mostra mais um modo de ser essencial da presença [Dasein], a DECADÊNCIA, no qual esse ente, de início e na maior parte das vezes, se compreende, onticamente, a partir das ocupações, determinando, ontologicamente, o ser no sentido de ser simplesmente dado? STMSC: §59

A partir disso, foi preciso mostrar que a interpretação vulgar provém da estreiteza da própria interpretação decadente da presença [Dasein] e – porque a DECADÊNCIA pertence à própria cura – que também ela, apesar de toda evidência, não é, de modo algum, casual. STMSC: §59

Todavia, enquanto cura, a presença [Dasein] se determina por facticidade e DECADÊNCIA. STMSC: §60

A liberação do ser originário da presença [Dasein] deve ser, sobretudo, arrancada dela própria em contracorrente à tendência de interpretação ôntico-ontológica da DECADÊNCIA. STMSC: §63

Esse fenômeno possibilitou uma apreensão nítida da existência e de suas remissões intrínsecas à facticidade e à DECADÊNCIA. STMSC: §63

A unidade dos momentos constitutivos da cura, existencialidade {CH: existência: 1) para todo o ser da presença [Dasein]; 2) somente para o “compreender”}, facticidade e DECADÊNCIA, possibilitou uma primeira delimitação ontológica da totalidade do todo estrutural da presença [Dasein]. STMSC: §64

A DECADÊNCIA da presença [Dasein], em que ela foge de si mesma para o impessoal. STMSC: §64

Em plena correspondência com o conteúdo estrutural da cura, pertence-lhe, também, o estar faticamente em DECADÊNCIA na consistência do que não é si-mesmo. STMSC: §64

Em contrapartida, falta ainda uma indicação dessa espécie para o terceiro momento constitutivo da cura: o ser-decadente-junto-a… Isso não deve significar que a DECADÊNCIA não se fundaria também na temporalidade. STMSC: §65

Indica, sobretudo, que a atualização, na qual se funda primariamente a DECADÊNCIA das ocupações com o que está à mão e o ser simplesmente dado, também está incluída nos modos da temporalidade originária de porvir e vigor de ter sido. STMSC: §65

Decidida, a presença [Dasein] se recupera justamente da DECADÊNCIA a fim de ser e estar tanto mais propriamente “por aí” [»da«] no instante da situação, que se abriu. STMSC: §65

A temporalidade possibilita a unidade de existência, facticidade e DECADÊNCIA, constituindo, assim, originariamente, a totalidade da estrutura de cura. STMSC: §65

São elas: compreender, DECADÊNCIA e fala. STMSC: §67

Em seu sentido temporal, a decisão representa uma abertura própria da presença [Dasein]. A abertura constitui um ente, de tal maneira que, em existindo, pode ser o seu “pre” [das Da] ele mesmo. Em relação a seu sentido temporal, a cura foi caracterizada apenas em seus traços fundamentais. Demonstrar a sua constituição temporal concreta significa interpretar, temporalmente, cada um de seus momentos estruturais, quais sejam, compreender, disposição, DECADÊNCIA e fala. Todo compreender possui o seu humor. Toda disposição é compreensiva. O compreender disposto possui o caráter de DECADÊNCIA. O compreender decadente e afinado pelo humor articula-se na fala, no tocante à sua compreensibilidade. A constituição temporal de cada um dos fenômenos mencionados remete, cada vez, a uma temporalidade que, como tal, garante a unidade estrutural possível de compreender, disposição, DECADÊNCIA e fala. STMSC: §68

Por oposição ao instante, no sentido de atualidade própria, chamamos de atualização a atualidade imprópria. Compreendida formalmente, toda atualidade é atualizante mas nem toda atualidade “instaura um instante”. Quando usamos sem nenhum acréscimo o termo atualização significa sempre a atualidade imprópria, indecisa e desprovida de instante. A atualização só se esclarecerá mediante a interpretação temporal da DECADÊNCIA no “mundo” das ocupações que nela encontra o seu sentido existencial. Mas na medida em que o compreender impróprio projeta o poder-ser a partir do que é passível de ocupação, isso significa que ela se temporaliza a partir da atualização. Inversamente, o instante se temporaliza a partir do porvir em sentido próprio. STMSC: §68

A interpretação temporal de compreender e disposição deparou-se não apenas com a ekstase primária referente a cada fenômeno mas também com toda a temporalidade. Da mesma forma que o porvir possibilita primariamente o compreender e o vigor de ter sido possibilita o humor, o terceiro momento estrutural da cura, a DECADÊNCIA, encontra seu sentido existencial na atualidade. A análise preparatória da DECADÊNCIA teve início com a interpretação da falação, da curiosidade e da ambiguidade. A análise temporal da DECADÊNCIA deve seguir o mesmo caminho. Contudo, a investigação se limitará em considerar a curiosidade porque é nela que se pode ver, mais facilmente, a temporalidade específica da DECADÊNCIA. A análise da falação e da ambiguidade, por sua vez, já pressupõe o esclarecimento da constituição temporal da fala e da significação (da interpretação). STMSC: §68

No tocante a seu sentido temporal, os caracteres da DECADÊNCIA, anteriormente demonstrados, como tentação, tranquilização, alienação e auto-aprisionamento significam que a atualização que “surge” busca, de acordo com a sua tendência ekstática, temporalizar-se a partir de si mesma. A presença [Dasein] aprisiona-se – esta determinação possui um sentido ekstático. O retrair-se da existência na atualização não significa que a presença [Dasein] se desligue de seu eu e de seu si-mesmo. Mesmo na atualização mais extrema, ela permanece temporal, ou seja, aguardando e esquecendo. Mesmo atualizando, a presença [Dasein] ainda se compreende, embora alienada de seu poder-ser mais próprio, primariamente fundado no porvir e no vigor de ter sido, em sentido próprio. Sempre oferecendo algo “novo”, a atualização não deixa que a presença [Dasein] volte a si mesma, tranquilizando-a sempre de novo. Essa tranquilização, no entanto, fortalece a tendência para surgir. A curiosidade não é “provocada” pela visibilidade sem fim do que ainda não se viu mas pelo modo decadente de temporalização da atualidade que surge. Mesmo que tenha visto tudo, a curiosidade sempre inventa algo novo. STMSC: §68

O modo de temporalização em que a atualidade “surge” funda-se na essência da temporalidade, que é finita. Lançada no ser-para-a-morte, a presença [Dasein] foge, de início e na maior parte das vezes, desse estar-lançado, que se desvela de modo mais ou menos explícito. A atualidade surge de seu próprio porvir e vigor de ter sido para então deixar, pelo viés de si mesma, que a presença [Dasein] venha à existência própria. A origem em que a atualidade “surge”, isto é, em que a DECADÊNCIA cai na perdição, é a temporalidade originária e própria que, por sua vez, possibilita o ser-lançado-para-a-morte. STMSC: §68

A plena abertura do “pre” [das Da], que se constitui de compreender, disposição e DECADÊNCIA, articula-se com a fala. Por isso, a fala não se temporaliza, primordialmente, em uma ekstase determinada. Como, na maior parte das vezes, a fala de fato se pronuncia na linguagem e, inicialmente, no modo de um dizer que ocupa e discute o “mundo circundante”, a atualização possui, sem dúvida, uma função constitutiva proeminente. STMSC: §68

O compreender funda-se, primariamente, no porvir (antecipar e aguardar). A disposição temporaliza-se, primariamente, no vigor de ter sido (retomada e esquecimento). A DECADÊNCIA enraíza-se, primária e temporalmente, na atualidade (atualização e instante). Não obstante, a compreensão é sempre atualidade “do vigor de ter sido”. Não obstante, a disposição se temporaliza num porvir “atualizante”. Não obstante, a atualidade “surge” ou se sustenta num porvir do vigor de ter sido. Assim, fica claro que: a temporalidade se temporaliza totalmente em cada ekstase, ou seja, a totalidade do todo estrutural de existência, facticidade e DECADÊNCIA funda-se na unidade ekstática de cada temporalização plena da temporalidade. Esta é a unidade estrutural da cura. STMSC: §68

A estrutura essencial da cura, a DECADÊNCIA, anuncia-se na aproximação, que possibilita ter à mão e atarefar-se, “empenhando-se nas coisas”. STMSC: §70

E porque a presença [Dasein] fática se afunda na DECADÊNCIA das ocupações, ela compreende, de imediato, sua história como história do mundo. STMSC: §75

Enquanto cura, ou seja, existindo na unidade do projetolançado na DECADÊNCIA, ela é o ente que se abriu como pre [das Da]. STMSC: §79

Porque a presença [Dasein] existe essencialmente lançada na DECADÊNCIA, ela interpreta seu tempo como uma contagem do tempo, característica das ocupações. STMSC: §80

Esse ente existe lançado na DECADÊNCIA. STMSC: §80

Na abertura propiciada pelo relógio natural, pertencente à presença [Dasein] lançada na DECADÊNCIA, reside, igualmente, um fazer-se público privilegiado e sempre realizado pela presença [Dasein] do tempo ocupado. STMSC: §80

Quanto mais “naturalmente”, ou seja, menos tematicamente, a ocupação determina e indica o tempo, tanto mais o ser junto àquilo de que se ocupa na atualização e DECADÊNCIA diz logo, quer verbalmente ou não – agora, então, outrora. STMSC: §81


Submitted on 02.09.2021 09:01
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