Search
Who is Online
19 user(s) are online (19 user(s) are browsing Léxico Filosofia)

Members: 0
Guests: 19

more...
Novos Termos
Termos Populares
Home Léxico Filosofia  Léxico Filosofia E  E Escola Histórica Escola Histórica
Léxico Filosofia

 Browse by letter 
 | 0  | 1  | 2  | 3  | 4  | 5  | 6  | 7  | 8  | 9  |  A  |  B  |  C  |  D  |  E  |  F  |  G  |  H  |  I  |  J  |  K  |  L  |  M  |  N  |  O  |  P  |  Q  |  R  |  S  |  T  |  U  |  V  |  W  |  X  |  Y  |  Z  |

Escola Histórica

Definition:
Sem procurar outros antecedentes, a obra de Herder exerceu poderosa influência sobre o movimento romântico. De Herder deriva imediatamente a compreensão da História como processo de grandes unidades, como desenvolvimento de culturas determinadas. Este princípio foi aplicado ao campo de todas as exteriorizações espirituais, uma vez que são aspectos da mesma unidade original da cultura. Friedrich Schlegel, em suas profundas meditações sobre a história da literatura, aplicou este método evolutivo, concebendo, por exemplo, a cultura grega como inteiramente original e nacional, como conjunto perfeito que se exteriorizou a partir de sua evolução interna e cujas manifestações conservaram até o fim o caráter nacional. — A história da Grécia é o modelo de uma explicitação orgânica, interna, que revela em todos os seus aspectos o mesmo princípio unitário. Posteriormente, foi na mesma linha que se realizou a obra de Jacob Burckardt, com suas ideias sobre as épocas históricas e os estilos vitais homogêneos; suas obras sobre a Renascença e a Antiguidade, sua História da Cultura Grega, foram afinal orientadas pela visão romântica da História como expressão de totalidades psíquicas; Burckardt acreditava nas Imagens Primordiais que regem as culturas e as épocas históricas. A história não é cronologia, nem narrativa, nem enumeração de fatos monumentais; é o desdobramento de formas vitais definidas, cuja expressão mais forte é a cultura nacional.

A mesma orientação se afirma nas obras de filologia, propulsionadas pelo romantismo. Wilhelm von Humboldt (irmão do viajante e naturalista), em seu estudo sobre a diversidade das estruturas linguísticas, observou a identidade de cada grupo humano com sua língua, formando todas as manifestações culturais uma totalidade: Endossou a teoria da uniformidade nacional, em que se resolvem as características individuais; as características pessoais e inconfundíveis, não só não separam o indivíduo de sua nação, como ainda o vinculam a ela, pois as mesmas características se distinguem de suas equivalentes em outras nações. Um povo não é uma soma anárquica de indivíduos, ligados por atos contratuais de vontade, ou por interesses políticos e econômicos, e sim uma totalidade anterior às partes que, segundo Humboldt, encerra em si e a priori todas possibilidades do seu desenvolvimento.

O método da Einfühlung — compenetração simpática — de Herder, com a ideia da originalidade de cada cultura, se reproduz na obra de Niebuhr, famoso historiador de Roma, que lançou as bases duma visão nova da Antiguidade e que nos mostra o desenvolvimento de Roma até as guerras púnicas, como um todo coerente e não como série mecânica de fatos arbitrários. A Escola Histórica encontrou um de seus pontos mais altos no exame feito por Niebuhr das lendas que envolvem a história primitiva de Roma e na comparação dessas lendas com os Eddas germânicos e a Canção de Hildebrando.

Na Escola Histórica não cabia de modo algum a noção positivista de "fato" político, de "fato" social, ou de "fato" social, ou de "fato" econômico, porque o "fato" como significando o já feito, o já acabado e morto, é a negação da História vista como processual e dinâmica; os fatos são apenas símbolos de fluxos mais profundos e só valem como indicações do processo que revelam. Assim, a noção mecânica de causa e efeito (e de cultura como adição acumulativa), nos processos históricos, que foi combatida por todos os românticos (e combatida como estreita visão burguesa do mundo) é inteiramente substituída pela visão orgânica e processual dos grandes movimentos, onde, como bem argumentou Spengler, na Introdução da Decadência do Ocidente, não cabem as noções de causa e efeito, nem portanto a de determinismo. — Organicista e historicista é também a obra do ingente historiador, Leopold von Ranke. Autor de uma História da Alemanha na Época da Reforma, e de outras grandes obras sobre o Papado, sobre a Inglaterra e a França, — onde mostra organicamente a formação dos Estudos modernos desde a Renascença —- Ranke adotou a nomenclatura de Fichte, que distinguia entre povos romanos e germânicos; mostrando a unidade das ações e reações de romanos e germanos, teve o ideal do universo europeu como Nação Romano-Germânica, cujo centro de gravidade era a Alemanha. — Ranke procurou por toda parte a síntese dos contrastes, síntese que só pode dar-se nas ideias-mestras sucessivas que dirigem as épocas. Suas elaborações sobre a História Universal o levaram a conceber a História como processo do Espírito. — Mas, o que é essencial em Ranke é que, nesse processo, cada Estado se concebe como personalidade característica: Em seu Diálogo Político, sublinha o papel da vida original dos povos, que dá forma e conteúdo às instituições políticas. As instituições políticas são recipientes vazios, são entidades mortas, sem essa íntima energia vital dos povos, que lhes dá vida e sentido.

Se nos colocamos na perspectiva da Escola Histórica, nada nos parecerá mais digno de lástima do que a noção contratualista da perfectibilidade humana indefinida, que pretende fabricar constituições perfeitas para toda e qualquer nação, com o total desprezo de suas peculiaridades, de sua história e suas formas de vida. As nações — dizia Ranke — são seres espirituais, são criações originais do gênio humano e são individualidades em si. A constituição social e a vida política devem representar o princípio espiritual característico de cada Nação, concebendo-se cada Nação como indivíduo singular, distinto de todos os demais, apesar das semelhanças e conexões históricas. As Nações segundo Ranke são, portanto, totalidades individuais, portadoras de princípios próprios imanentes; são pensamentos divinos, como se lê no Diálogo Político. Também Mommsen, que não valoriza excessivamente as origens nacionais, nos fala, desde o começo da sua História Romana, da evolução própria e individual das nações, com seu ciclo de juventude, de maturidade e de velhice. Mommsen observa que, — ao contrário dos Gregos, cuja unidade nacional se manifestava nas artes e nos esportes — os Romanos foram o único povo da antiguidade que soube constituir sob forma política a sua unidade nacional característica.

[NOTA: Para uma visão de conjunto da obra de Leopold von Ranke, leia-se a conferência comemorativa pronunciada em 1936, na Academia Prussiana de Ciências, por Friedrich Meinecke, e publicada como apêndice da grande obra sobre o Historicismo e sua gênese (trad. esp. Fondo de Cultura, México, 1943).]

Na percepção dos Valores, a razão se opõe ao sentimento. Desde que os românticos puseram a Nação como ente valioso, a Nação deixou de ser simplesmente uma organização político-jurídica. Tornou-se um ente vital, congênito a uma escala particular de Valores, da qual os aspectos político-jurídicos são apenas a consequência. Como sabemos, a Escola Histórica combateu energicamente a ideia dum direito natural universal, principalmente de um direito positivo universal, afirmando ao contrário as características populares de cada povo com o seu direito. Friedrich Karl von Savigny, expoente máximo da Escola Histórica do Direito, fala num Volksrecht e não num direito abstrato e internacional. O direito, segundo a Escola Histórica, é vital e orgânico, particular e intransferível; é exteriorização do Volk e congênito a ele. O direito da Escola Histórica está em diametral oposição às teorias racionalistas que pretendiam encontrar uma fórmula de governo que fosse a receita internacional da felicidade. A ideia do direito pré-fabricado, que moveu toda a Revolução Francesa no seu ódio contra os valores tradicionais, essa ideia se torna mais que absurda na Escola Histórica: Torna-se impensável. Porque o direito, segundo Savigny, emana do passado total da Nação, emana da íntima essência nacional, e a Nação é um organismo dinâmico, que tem sua vida própria. Cada Nação deve ser considerada como um Indivíduo em ponto grande, como já ensinava Möser, no século XVIII. O Direito, em suma, cresce com a Nação, chegando um momento em que o direito popular se desdobra numa jurisprudência manipulada pelos juristas: E seria absurdo que a jurisprudência viesse a ser uma contradição do direito. [Barbuy]

Submitted on 25.03.2012 18:06
This entry has been seen individually 585 times.

Bookmark to Fark  Bookmark to Reddit  Bookmark to Blinklist  Bookmark to Technorati  Bookmark to Newsvine  Bookmark to Mister Wong  Bookmark to del.icio.us  Bookmark to Digg  Bookmark to Google  Share with friends at Facebook  Twitter  Bookmark to Linkarena  Bookmark to Oneview  Bookmark to Stumbleupon Bookmark to StudiVZ

Powered by XOOPS © 2001-2012 The XOOPS Project