experiência e filósofos

Category: Termos chaves da Filosofia
Submitter: mccastro

experiência e filósofos

VIDE aisthesis

A observação dos jônios, as tentativas de explicações matemáticas dos pitagóricos e dos atomistas são acontecimentos da experiência, mas a presença da experiência não se positiva no pensamento filosófico da Grécia, apesar das investigações dos astrônomos e médicos gregos. A teoria das substâncias sensíveis e não sensíveis que são objeto da física de Aristóteles não correponde a nenhum princípio de experiência. Platão, República, censura a experiência como invasão do campo do divino, como pretensão soberba do espírito humano. Ainda no século XVII de nossa era, foi com a astronomia de Kepler que se afirmou a necessidade da experiência, que, com Galileu, se tornou a chave do conhecimento científico. Não obstante, em Descartes ela não aparece como expressão de certeza, mas como certa espécie de visão intelectual, que é o ato do próprio entendimento: "Só o entendimento é capaz de perceber a verdade" (Regles, XIX, X). Só com a indução de Bacon é que a experiência se intromete de modo positivo nos trabalhos de filosofia. Locke e Hume compartilham a convicção baconiana de que é na experiência que todo conhecimento tem origem. A despeito da afirmativa com que abre a introdução da Crítica da razão pura, Kant toma a experiência no sentido de conhecimento próprio da ciência matemática e retrocede às formas a priori da sensibilidade. Fichte, que não tinha nenhuma relação com a matemática, parte da consciência e retrocede a atividades espirituais inconscientes. Para os positivistas e pragmatistas dos séculos XIX e XX (Comte, Mach, W. James), só a experiência se mostra capaz de resolver as questões que se apresentam à nossa curiosidade. A ideia fundamental pragmatista encontra-se em Mach, ap. Messer, Filos, act., 110: "Um conhecimento (isto é, um juízo verdadeiro) é sempre uma experiência psíquica imediata ou imediatamente útil à vida". [Soares]

Submitted on:  Thu, 10-Dec-2009, 09:22