
para-quê [STMSCC] le pour-quoi [ETEM] NT: A analítica dos fundamentos da pre-sença, no horizonte da questão sobre o sentido do ser em geral, tem como tarefa primeira a compreensão (destruição) da base metafísica que toma tudo que é como coisa, ser-simplesmente-dado, no espaço. Para isso, a análise do espaço à luz de uma compreensão originária do ser é imprescindível. Na contraposição à compreensão cartesiana do espaço, Ser e Tempo explicita o horizonte da espacialidade enquanto constitutivo da pre-sença. Nessa explicitação, evidenciam-se os vários modos de ser, em suas dinâmicas próprias de espacialização. Para tanto, vale-se da substantivação de advérbios e partículas adverbiais que, na língua alemã, guardam a dimensão viva de movimento, direção e concentração. A unidade desses vários e movimentados modos se exprime no advérbio e relativo WO, no onde de toda destinação. A pluralidade desses modos que percorrem suas destinações é designada especificadamente através do acoplamento de conjunções e partículas, tais como: MIT (= em-conjunto), HIN (= lançando-se-para), HER (= vindo-de), BEI (= na-junção-de-familiaridade), AUF, AUFHIN (= na-direção e na-perspectiva), UMWILLEN (= na-função, isto é, na relação de pertinência), IN (= no-contexto-em-que), ZU (= no-objetivo e na-meta), FUER (= em-favor-de), AUS (= na-consistência-de). Porque o português só conhece onde como advérbio e não como relativo, a tradução construiu uma constelação de expressões e modos de dizer que recebeu ao longo do texto as seguintes correspondências: Wozu = para-quê Woraufhim = perspectiva-em-que Worumwillen = em-função-de Wobei = estar-junto Womit = estar-com Worin = no-contexto-em-que Wohin = destino Woher = proveniência [STMSCC:316]