tautologia

Category: Termos chaves da Filosofia
Submitter: Murilo Cardoso de Castro

tautologia

(do gr. tautos, o mesmo, e logos, discurso), proposição que diz a mesma coisa. — A tautologia consiste em apresentar uma simples repetição em termos diferentes como uma proposição nova que faz progredir nosso conhecimento. A tautologia designa duas proposições de mesmo sentido (por ex.: "todos os homens são mortais" e "nenhum homem é imortal"); o pleonasmo designa somente duas palavras com o mesmo sentido (por ex. "democracia popular" é um pleonasmo, uma vez que democracia é, por definição, o governo do povo [do gr. demos, povo, e kratein, comandar]). [Larousse]



É um juízo, cujo sujeito e predicado são idênticos real e conceptualmente. A tautologia exprime a identidade necessária e formal de sujeito e predicado. Por conseguinte não carece de todo significado. Toda tautologia é um juízo analítico, não vice-versa. Em logística, denominam-se tautológicas as leis lógicas, isto é, aquelas combinações de enunciados que, com quaisquer variáveis, dão sempre em resultado, em virtude de sua mera forma, o valor de verdade "verdadeiro". Em sentido pejorativo, é tautológico (isto é, que diz o mesmo) o uso de termos diversos, com o fim de aparentar um sentido distinto ou uma fundamentação. — Brugger.


Em retórica chama-se tautologia ao nome que recebe a repetição do mesmo pensamento em diferentes formas. Em lógica chama-se tautologia às fórmulas que são sempre verdadeiras qualquer que seja o valor de verdade dos elementos componentes. O número de tautologias é infinito : as leis de identidade, de contradição e de terceiro excluído, a lei de dupla negação, as leis de comutação e de distribuição, etc.

Tem havido certo número de discussões entre os lógicos e filósofos contemporâneos acerca das tautologias. Uma das posições mais discutidas e hoje amiúde rejeitadas é a de Wittgenstein. Segundo este autor, enquanto a proposição mostra o que diz, a tautologia (e a contradição) mostram que não dizem nada. Por isso a tautologia não possui condições de verdade e é incondicionalmente verdadeira, diferentemente da contradição, que é incondicionalmente falsa. No entanto, o fato de a tautologia carecer de sentido não significa que seja absurda. Tal como a contradição, a tautologia pertence, segundo Wittgenstein, ao simbolismo, numa forma análoga a como o zero pertence ao simbolismo da aritmética. Daí que nem a tautologia nem a contradição sejam descrições da realidade: a primeira é uma representação de todas as possíveis situações a segunda, de nenhuma das situações. A posição de Wittgenstein levava a considerar toda a lógica como uma série de tautologias. Na mediada em que estimava que a matemática se fundava na lógica, podia-se afirmar que a matemática era também uma série de tautologias. Como esta última afirmação chocava com certas dificuldades e reduzia consideravelmente o número de fórmulas de que se podia dispor, chegou-se a admitir como tautologias só as fórmulas lógicas identificáveis mediante as 6 tabelas de verdade. [Ferrater]


a) Proposição idêntica, cujo sujeito e predicado constituem um mesmo conceito, ou sejam, são unívocos, embora expressos por termos verbais diferentes.

b) Empregado pejorativamente quando o predicado nada mais diz do que o sujeito. Vide truísmo.

c) Sofisma que consiste em parecer ter demonstrado uma tese ao repetir-se com outras palavras o que se desejava provar. Vide petição de princípio. [MFSDIC]

Submitted on:  Sun, 28-Jun-2009, 16:25