Gänze

totalité wholeness NT: wholeness (Gänze), 236-238, 240. See also constitution; sum; totality [BT]

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A totalidade. Não uma soma aritmética, mas um todo orgânico. O ente em totalidade ou em seu conjunto, enquanto questão fundamental da metafísica, porque ela demanda o fundamento que tem e sustenta o conjunto daquilo que é, aquilo que deve ser pensado como ente no sentido eminente da palavra (teologia). Aristóteles, na Metafísica, distingue dois gêneros de "totalidades": a) o todo (to pan), seja por exemplo uma soma aritmética, produzida por simples acumulação de números indiferentes uns aos outros. b) o todo "holista" (to holon), totalidade estruturada, por exemplo orgânico (não é indiferente a um corpo que se corta um membro ou que se adiciona um). Resumindo, um todo que não é somente uma soma, mas de certa maneira sempre mais que uma soma. A metafísica é um todo "holista", porque cada questão já implica o conjunto daquilo que ela é, assim como cada órgão essencial do corpo põe em causa o todo deste corpo. Com efeito, a metafísica visa cada vez a totalidade do ente (katholou) na medida mesma em que pensa o ente como tal, i.e. do ponto de vista daquilo que o constitui como ente, de seu ser. Esta unidade de conjunto, que responde a uma duplicidade essencial (a diferença ser-ente), foi mascarada, desde o final da ontologia grega e sobretudo com a escolástica medieval, pela divisão da metafísica em dois setores: de um lado a metafísica geral (chamada em seguida "ontologia"), respondendo à questão do ente como tal, e examinando o "conceito" de ser em sua universalidade; de outro lado, a metafísica especial (psicologia, cosmologia, teologia), respondendo à questão da totalidade do ente, e examinando o fundamento do ser de todo ente (homem, mundo, deus). Cada divisão não é arbitrária mesmo se ela deve ser repensada segundo sua unidade dupla, a partir da "diferença ontológica", como "estrutura onto-teo-lógica" (vide Identidade e Diferença, p. 277-308). [M. Froment-Emurice]