
substantia
Substanz
Após esta elucidação da vis activa como pulsão [Drang], Leibniz passa para a determinação essencial [wesentlichen Bestimmimg]: Et hanc virtutem omni substantiae inesse aio, semperque ex ae actionem nasci (ib. 470). Esta força, portanto — digo eu — , reside em cada substância [Substanz] (constitui sua substancialidade [Substanzialität]) e sempre dela nasce uma certa "ação" [Wirken]. Em outras palavras: ela é pulsão, é produtiva; producere quer dizer: conduzir algo à luz, fazer que algo resulte de si mesmo e como tal resultado guardá-lo em si. Isto também vale para a substância corpórea. No choque de dois corpos [Körper] a pulsão é meramente limitada em vários sentidos. Isto é passado por alto por aqueles (os cartesianos) qui essentiam eius (substantiam corporis) in sola extensione collocaverunt (ib.).
Cada ente [Seiende] possui o caráter desta pulsão [Drangcharakter], é determinado em seu ser [Sein] como se impulsionante. É este o rasgo fundamental da mônada. Mas com isso, não resta dúvida, a estrutura desta pulsão não é ainda expressamente determinada.
Nisto, porém, reside uma afirmação metafísica da maior importância, para a qual já agora devemos apontar. Pois esta interpretação [Interpretation] do que propriamente é, deve, enquanto geral, esclarecer também a possibilidade do ente em sua totalidade [Möglichkeit des Seienden im Ganzen]. Que é dito pela tese monadológica fundamental sobre a co-subsistência [Zusammenvorhandensein] de mais entes na totalidade do universo?
Se a essência da substância é interpretada como mônada e esta como vis primitiva, pulsão, conatus, nisus prae-existens, como impulsionando originariamente e levando em si o pleno poder unificante, então, em face esta interpretação do ente tão cheia de consequências, levantam-se questões: 1. Em que medida é a pulsão enquanto tal o originário e simplesmente unificante [Einigende]? 2. Como se deve interpretar, em razão do caráter monádico das substâncias, a unidade [Einheit] e conexão [Zusammenhang] no universo?
Se cada ente, cada mônada tem a pulsão de si, isto significa que carrega a partir de si o essencial de seu ser, daquilo por que e o modo como exerce a pulsão. Todo o impulsionar paralelo de outras mônadas é, em sua possível relação com cada uma das outras mônadas individuais, essencialmente negativo. Nenhuma substância é capaz de dar à outra sua pulsão, isto é, o que possui de essencial. Ela somente é capaz de simplesmente desenfrear ou frear [Enthemmung oder Hemmung], mas mesmo nesta maneira negativa ela sempre apenas funciona indiretamente. A relação de uma substância com a outra é unicamente aquela de uma delimitação [Begrenzung], por conseguinte, uma determinação negativa [negativen Bestimmung]. [MHeidegger:205-206; GA9:82-83]