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Léxico Filosofia

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filosofia e vida

Definition:
Não há dúvida, pois, que a filosofia é um fazer na vida do homem — direção para a vida e forma de vida — alguma coisa que o homem faz e, além disso, alguma coisa que o converte a ele mesmo, ao homem enquanto tal, em sua primeira realidade. Com isso a filosofia se transforma, no dizer de Karl Jaspers, numa arriscada aventura de "penetrar no campo vedado da autoconsciência humana".

Por outro lado, se se partir da afirmação de que toda filosofia é simplesmente revelação do filósofo que a produziu, do meio em que este viveu e do tempo em que foi escrita, concluiremos, com Dilthey, que a mundividência filosófica é uma intuição que resulta do interior da própria vida. E desde que a filosofia emana da vida, é esta que a explica e não os conceitos da razão universal. Numa palavra, variando a vida nas suas expressões — o indivíduo e o meio — variará também a filosofia. Porque uma filosofia é a expressão de um tipo de espírito; diferentemente das ciências, ela chega a uma intuição do mundo que é a expressão de ser do próprio filósofo e do tipo humano que nele vive.

Esta redução do mundo a uma perspectiva e do filósofo a um ponto de vista tem por fim tão apenas explicitar a contínua e inevitável tensão existente entre aquilo a que a filosofia aspira — a verdade absoluta — e aquilo que se vê obrigada a admitir — a condicionalidade e a mudança de perspectivas. Disto resulta que a filosofia jamais é uma totalidade acabada mas uma totalidade possível, já que emana de uma personalidade concreta inserida num dado círculo cultural que compõe uma realidade nacional presa a uma fase do desenvolvimento histórico.

Claro está que esta filiação de cada filósofo e de cada teoria filosófica no conjunto de suas condições histórico-sociológicas, assim como sua vinculação ao fundo de sua correspondente mundividência, não equivalem, evidentemente, a uma eliminação da ideia da filosofia enquanto saber que transcende perpetuamente de seus limites condicionais. Pelo contrário, a filosofia aspira a ser objetiva, ou melhor, o saber filosófico é aquele que exige, ao mesmo tempo, a autenticidade e a verdade. Isto permite explicar o fato de que a forma de relação entre o homem que faz filosofia e a própria filosofia seja diferente da que existe nos outros saberes, pois não é apenas uma relação meramente intelectual, mas também vital. Em suma, a filosofia é, ao mesmo tempo, alguma coisa na vida humana e diz alguma coisa seja sobre a realidade, seja sobre a linguagem que empregamos para falar acerca da realidade.

Deste modo, a filosofia não está cindida entre o filosofar no viver ou o filosofar no inquirir, pois ambos são manifestações de uma única realidade. Por um lado, a filosofia deve ser entendida como uma atitude humana; por outro, como um conhecimento ou uma série de proposições (tanto sobre objetos considerados como próprios, quanto sobre quaisquer proposições com o fim de averiguar seu sentido ou falta de sentido). No primeiro caso, a filosofia é uma realidade pessoal (ou uma realidade social), e o exame da filosofia é sobretudo o estudo de sua gênese pessoal, social ou histórica. No segundo caso, a filosofia é um conjunto de proposições, e o exame da filosofia é sobretudo o estudo da índole e características dessas proposições. Entre estes dois extremos — que podem ser considerados como conceitos-limites — oscila a efetiva realidade da filosofia.

De qualquer maneira, porém, é legítima a posição de Dilthey quando afirma que o que seja a filosofia é uma questão que não se pode responder consoante o gosto de cada um, porquanto sua função tem de ser empiricamente descoberta na história. Esta história, naturalmente, terá de ser entendida a partir da vitalidade espiritual da qual nós mesmos partimos e na qual vivemos a filosofia. Isto porque a inteligência não é um desdobramento do indivíduo isolado, compreensível a partir dele, mas é um processo na evolução do gênero humano, sendo este o sujeito em que existe a vontade de conhecimento; só mediante um processo histórico de abstração se constitui o pensamento abstrato, o conhecer, o saber. Conclui Dilthey afirmando que a filosofia, assim entendida, é a ciência do real. Isto é, a própria inteligência é histórica e emana da própria vida. [LWVita]

Submitted on 16.11.2009 19:09
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