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educação

Definition:
(gr. paideia; lat. educatio; in. Education; fr. Éducation; al. Erziehung; it. Educazioné).

Em geral, designa-se com esse termo a transmissão e o aprendizado das técnicas culturais, que são as técnicas de uso, produção e comportamento, mediante as quais um grupo de homens é capaz de satisfazer suas necessidades, proteger-se contra a hostilidade do ambiente físico e biológico e trabalhar em conjunto, de modo mais ou menos ordenado e pacífico. Como o conjunto dessas técnicas se chama cultura (v. cultura, 2), uma sociedade humana não pode sobreviver se sua cultura não é transmitida de geração para geração; as modalidades ou formas de realizar ou garantir essa transmissão chamam-se educação. Esse é o conceito generalizado de educação, que se tornou indispensável graças à consideração do fenômeno não só nas sociedades chamadas civilizadas, mas também nas sociedades primitivas. As formas de educação nesses dois tipos de sociedade não apresentam diferenças de desenvolvimento ou grau (como comumente se crê), mas de atitude ou orientação. A sociedade primitiva caracteriza-se pelo fato de que nela a educação visa garantir a imutabilidade das técnicas de que dispõe; por isso tende a atribuir caráter sacro a tais técnicas, o que leva a proibir como sacrílega qualquer inovação ou correção. Uma sociedade civilizada está, acima de tudo, aparelhada para enfrentar situações novas ou em mudança; logo, tende a tornar flexíveis e corrigíveis as técnicas de que dispõe e a confiar à educação a tarefa não só de transmiti-las, mas também de corrigi-las e aperfeiçoá-las. Sem dúvida, essas duas orientações nunca se acham em estado puro: não existem sociedades absolutamente primitivas, que não permitam — ainda que subrepticiamente — correções ou modificações lenta em suas técnicas, assim como não existem sociedades absolutamente civilizadas que permitam a rápida e incessante correção das técnicas mais delicadas, que não são as técnicas de uso e produção de objetos, mas as que controlam a conduta dos indivíduos e seus comportamentos recíprocos.

Podem-se, portanto, distinguir duas formas fundamentais de educação: 1) a que simplesmente se propõe transmitir as técnicas de trabalho e de comportamento que já estão em poder do grupo social e garantir a sua relativa imutabilidade; 2) a que, através da transmissão das técnicas já em poder da sociedade, se propõe formar nos indivíduos a capacidade de corrigir e aperfeiçoar essas mesmas técnicas.

1) O primeiro conceito de educação, como se disse, é posto em prática pelas sociedades primitivas e também, parcialmente, nas sociedades secundárias, sobretudo no que tange à educação moral e religiosa. Consiste na transmissão pura e simples das técnicas consideradas válidas e na transmissão simultânea da crença no caráter sagrado, portanto imutável, de tais técnicas. Na tradição pedagógica do Ocidente, esse conceito de educação, por motivos óbvios, foi formulado e defendido poucas vezes. Entre os que o defenderam com maior decisão e nitidez está Hegel: "O indivíduo deve recapitular os graus de formação do Espírito universal, também segundo o conteúdo, mas como figuras já depositadas pelo Espírito (...). Do ponto de vista do indivíduo, sua formação consiste na conquista do que ele encontra diante de si, consiste em consumar sua natureza inorgânica e em apropriar-se dela" (Phänomen. des Geistes, Pref, II, 3). Hegel hipostasia aqui, como "Espírito universal", o sistema cultural da sociedade civilizada, mas o seu conceito de educação é típico da sociedade primitiva.

2) No segundo conceito de educação, a transmissão das técnicas já adquiridas tem sobretudo a finalidade de possibilitar o aperfeiçoamento dessas técnicas através da iniciativa dos indivíduos. Nesse aspecto, a educação é definida não do ponto de vista da sociedade, mas do ponto de vista do indivíduo: a formação do indivíduo, sua cultura, tornam-se o fim da educação. A definição de educação na tradição pedagógica do Ocidente obedece inteiramente a essa exigência. A educação é definida como formação do homem, amadurecimento do indivíduo, consecução da sua forma completa. ou perfeita, etc.: portanto, como passagem gradual — semelhante à de uma planta, mas livre — da potência ao ato dessa forma realizada. Esses conceitos repetem-se com tal uniformidade na tradição pedagógica que não chegam a constituir novidade do ponto de vista filosófico. Segundo esse ponto de vista, a educação é cultura, no segundo dos dois significados fundamentais deste termo; os problemas gerais correspondentes podem ser estudados nesse verbete. [Abbagnano]


(do lat. ducere, conduzir), ação de formar uma criança e "dirigi-la" para o estágio adulto: notar-se-á que esse termo, por sua própria etimologia, envolve simultaneamente o aspecto intelectual e o psicológico ou moral, enquanto que a instrução limita-se ao intelectual e deixa de lado o moral. — Os princípios da educação variam segundo a concepção que se faz do homem e de seu destino: de Rabelais, que queria uma "cabeça bem cheia", a Montaigne, que a preferia "bem feita"; de Rousseau, que insistia na contribuição da natureza (o espetáculo da natureza deveria inspirar à alma humana os princípios elementares da moral), a Augusto Comte, que sublinhava, ao contrário, o papel da sociedade para formar e reformar o espírito no bom sentido. Ainda que hoje a civilização moderna requeira especialistas e dê uma instrução cada vez mais técnica e parcial, só uma educação geral e humanista pode formar operários e técnicos aptos a se "reconverterem" perpetuamente, na medida em que se efetuam incessantes progressos na técnica e que ocorrem as transformações do mundo moderno. O objetivo da educação é, inicialmente, instruir e em seguida adaptar socialmente, a fim de formar um juízo livre e pessoal. [Larousse]


Educação equivale à assimilação de costumes, normas, ideais, valores, produções (etc.) de uma cultura. Isto é, cada indivíduo se identifica em (pelo menos) alguns níveis de realizações culturais a fim de que seja reconhecido em sua sociedade. Poder-se-ia dizer que "a educação é a forma fundamental da socialização e por conseguinte da comunicação". A educação pode ser pensada em dois níveis distintos: intencional e inintencional. Entende-se como educação inintencional a que equivale à assimilação da cultura sem que esta assimilação se proponha como tal. Quando uma criança aprende que "muito doce estraga os dentes" ou que "deve-se amar a Deus" está sofrendo um processo de endo-culturação, isto é, está sendo trazida às normas de seu grupo social. Isto se dá em todos os grupos sociais, sem que os indivíduos que os compõem se perguntem por que tal acontece. Já a educação intencional é dirigida, orientada com uma certa intenção. Um indivíduo se dirige à Escola de Medicina para estudar Medicina, faz uma escolha mais direta. Esta educação é que se confunde com ensino. O ensino exige uma estrutura especializada e que sempre se pergunta pelos seus deveres orientacionais (corretos ou não, pouco importa).

Entre os povos agrafos (não se trata de uma regra geral mas de casos da grande maioria conhecida dos etnógrafos) a educação se dá mais especialmente no plano inintencional. A necessidade de escolher regras e normas — necessidade esta presente em todas as sociedades — predetermina a orientação do indivíduo para certas atividades’. Estas regras e normas existem no plano inconsciente: os sujeitos que as seguem não saberiam justificá-las homogeneamente (para não dizer racionalmente) . E mesmo no plano do que se poderiam denominar "atividades profissionais" escolhe-se de modo distinto do das sociedades industriais: "O sacerdote não tem pressa em ensinar o noviço; deve estar convencido de que o menino ou a menina que deseja servir o deus está espiritualmente dotado para o mister" (Melville S. Herskowits, Antropologia Cultural II, 103). São sociedades com estruturas de produção mais simples onde os indivíduos podem se localizar mais de acordo com suas potencialidades individuais.

Já nas chamadas "sociedades históricas" a educação tem aspectos bem distintos. No nível inintencional também se dá a transmissão de regras e normas sociais sendo a família o primeiro plano onde o indivíduo aprende a se comportar. Mas no plano do ensino as diferenças são muito grandes. Escolas, oficinas, ateliers não dependem das tendências individuais se adaptarem às suas profissões pois elas estão voltadas para satisfazer às necessidades da estrutura social e é a estas "necessidades" que os indivíduos devem responder. E o que se denomina de "divisão social do trabalho" e que se dá de modo cada vez mais rígido nas sociedades industriais. O indivíduo é dirigido para uma certa finalidade: atender à especialização cada vez maior. Na medida da complexificação da produção social o indivíduo pode responder cada vez menos às suas tendências mas tem que se situar na produção social de acordo com as exigências desta.

Aqui se apresenta um novo problema: a educação passaria a ter uma perspectiva cada vez mais intencional desde que os possuidores dos meios de produção entenderam que o indivíduo pode ser ensinado através de canais não institucionais (tradicionalmente) a fim de garantir a sua posse. Usam-se os meios de comunicação de massa para criar o "homem integral", que viveria num mundo visto como "aldeia global". O indivíduo recebe informações através de todos seus sentidos alertados para recebê-las mas não possui instrumento teórico para selecionar estas mesmas informações. As classes que dominam o poder impõem a informação utilizando o argumento de que ela, a informação, não tem dono e é propriedade de todos. Mas pode-se demonstrar que toda informação cultural é ao mesmo tempo uma formação cultural. Não há mensagens em si no plano da significação, sua origem é social e elas só podem ser analisadas em sua situação social. Basta ver a inexistência de informações de operários nos meios de comunicação: suas mensagens são elaboradas por interesses de outras classes sociais que os interpretam à sua maneira.

Este problema é muito complexo. Aos dois planos aqui distinguidos poder-se-iam opor as teses sofistas de um Protágoras (cita-se este exemplo pois é permanentemente retomado pelos pedagogos) que falava numa educação que levasse em conta também a ideia do estado e da sociedade para forjar o homem total (Werner Jaeger, Paideia) . É que a sofística desconhecia o que Marx pôde ensinar posteriormente. Aprendeu-se que não há estados nem sociedades onde as várias classes possam coexistir tranquilamente. E por isto a educação (do ensino nem se fala) não pode entrar em choques maiores com os interesses dominantes social e politicamente. Dizer que os mass media irão homogeneizar os indivíduos significa examinar apenas uma faceta da questão (tal como faz McLuhan por exemplo). Se as mensagens são homogeneamente transmitidas, são heterogeneamente recebidas. Por exemplo, do ponto de vista do que se denominam (de modo errado) "produtos culturais", uma área de ópera cantada no programa "Bibi ao vivo" não significa educar o povo para a música mais elaborada. A emoção não é ali mediatizada, e vem do grande volume da voz e da precisão (nem sempre) com que os agudos (momento do clímax, quando soam os aplausos) são emitidos. O sujeito não se integralizará pois está preparado para o lazer, a emoção e o entretenimento, enquanto "conhecer ópera" significa estudos especiais dos quais a televisão não se ocupa. E do ponto de vista social pergunta-se se basta o veículo educativo para homogeneizar os homens culturalmente. Terão as mesmas possibilidades culturais um operário que recebe cento e oitenta cruzeiros mensais e seu patrão que recebe dez mil cruzeiros mensais pelo simples fato de que ambos os salários são depositados eletronicamente em suas respectivas contas bancárias, quer dizer, usam um mesmo veículo?

Em resumo, educação, em seus dois sentidos, não pode ser pensada isoladamente mas somente em relação à sociedade e à cultura. Não se pode pensar o homem como uma essência que deva ser completada existencialmente pois êle só existe como social e cultural. Estes dois fatores são prévios à pergunta sobre o que é ou deve ser a educação. Só assim se compreenderão o uso e a influência dos mass media na formação pretensa de um "homem integral". O uso que se faz dos mass media para a educação permanente está ligado às necessidades políticas. Por outro lado a observação deste uso mostraria como os mass media agem sobre os sentidos dos sujeitos simplificando sua compreensão do mundo e das coisas através da imposição de um contexto contínuo onde as questões têm apenas duas facetas: boas ou más. Educação maciça equivale à educação imediata e emotiva, nos termos em que se a colocam hoje. Enquanto o conhecimento requer distanciamento, mediação e possibilidade e capacidade judicativas. (Chaim Katz - DCC)

Submitted on 04.03.2010 17:24
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