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caso de consciência

Definition:
conflito entre deveres. — Em geral é o dever moral e as exigencias sociais que se encontram em conflito: um exemplo é o de Antígona, heroína da tragédia de Sófocles, que defende os deveres imprescritíveis da consciência (segundo os quais ela "deve" enterrar o corpo de seu irmão) contra a lei arbitrária do Estado (que recusa a sepultura aos adversários do Estado). [V. dever.] [Larousse]


Há pelo menos uma “conscientia espuria”, que, muitas vezes, é confundida com aquela [a consciência moral]. O remorso e a inquietação que muitas pessoas sentem em relação ao que fizeram não é no fundo outra coisa senão o temor daquilo que lhes pode, em virtude de tal fato, acontecer. A violação de preceitos externos, arbitrários e até banais atormenta a muitos com reprovações internas, a modo de uma consciência. Assim, por exemplo, pesa no coração de muitos judeus beatos o fato de que, embora esteja escrito no segundo livro de Moisés, cap. 35, 3, “não deveis acender nenhum fogo na vossa casa no dia de Sabá”, ele tenha, no sábado, fumado um cachimbo em casa. Rói a consciência de mais de um fidalgo ou oficial a reprovação íntima de que ele, em algum assunto de sua responsabilidade, não tenha cumprido convenientemente a lei do código de loucos que se chama honra de cavalheiros; isto vai tão longe que alguns homens desta posição, diante da impossibilidade de manter a palavra de honra dada ou também de seguir [115] ao pé da letra o referido código, no que se refere às desavenças, matam-se a tiros (vivenciei ambos os casos); em contrapartida, o mesmo homem quebra todos os dias sua palavra com o coração leve, desde que o “schibboleth” [honra] não esteja em pauta. Em geral, toda inconsequência, toda irreflexão, todo ato contra nossos preceitos, princípios, convicções de qualquer espécie e, também, toda indiscrição, engano e grosseria mortificam-nos depois em silêncio e deixam um espinho em nosso coração. Muitos ficariam admirados se vissem do que se compõe sua consciência moral, que lhes aparece tão imponente: aproximadamente um quinto de temor aos homens, um quinto de temor aos deuses, um quinto de preconceito, um quinto de vaidade e um quinto de costume, de modo que ele, no fundo, não é melhor do que aquele inglês que disse diretamente: “I can’t not afford to keep a conscience” [uma consciência é cara demais para mim]. Gente religiosa de todos os credos frequentemente só entende como consciência moral os dogmas e prescrições de sua religião e o auto-exame com eles relacionado; é neste sentido que são tomadas as expressões imposição da consciência e liberdade de consciência. Os teólogos, escolásticos e casuístas da Idade Média e da Idade Moderna a entendem deste mesmo modo: a consciência consiste em tudo o que alguém conheceu dos dogmas e preceitos da Igreja, junto com o preceito de crê-lo e segui-lo. De acordo com isso, havia uma consciência dubitativa, uma opinativa e uma extraviada, para cuja legitimação tinha-se um diretor de consciência. Quão pouco o conceito de consciência, como também outros conceitos, é estabelecido por seu próprio objeto, quão diversamente é compreendido por diferentes pessoas [116], quão oscilante e inseguro ele aparece nos escritores pode-se ver resumidamente na História da doutrina da consciência de Stäudlin. Tudo isto não é adequado para se acreditar na realidade do conceito, tendo portanto dado ocasião à questão de se há realmente uma consciência própria e inata. Já fui levado, no parágrafo 10, por ocasião da doutrina da liberdade, a apresentar em resumo o meu conceito de consciência e retornarei a ele mais adiante. [Schopenhauer, SFM:115-117]

Submitted on 02.10.2021 13:15
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