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Léxico Filosofia

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revelação

Definition:
(in. Revelation; fr. Révélation; al. Offenbarung; it. Rivelazioné).

Manifestação da verdade ou da realidade suprema aos homens. A revelação foi entendida de duas maneiras: 1) como revelação histórica; 2) como revelação natural.

1) É histórica a revelação que toda religião positiva adota como fundamento. Consiste na iluminação com que foram agraciados alguns membros da comunidade, cuja tarefa teria sido encaminhar a comunidade para a salvação. Neste sentido, a revelação é um fato histórico, ao qual se atribui a origem da tradição religiosa.

2) A revelação natural é a manifestação de Deus na natureza e no homem. Às vezes essa forma de revelação é admitida ao lado da outra, outras vezes é negada ou subordinada à outras. Só o conceito de revelação natural tem valor filosófico, sendo o outro especificamente religioso. Contudo a filosofia hauriu o conceito de realidade natural e humana como manifestação de um princípio sobrenatural ou divino da própria religião, sendo esse conceito típico das filosofias que têm caráter ou finalidade religiosa. Na Antiguidade, esse conceito pertenceu aos neoplatônicos, para quem o mundo, como produto da emanação divina, revela, pelo menos parcial ou imperfeitamente, a natureza divina que o produz. Desse ponto de vista, Scotus Erigena chamava de teofania o processo de descida de Deus ao homem e de subida do homem a Deus; também chamava de teofania toda a obra da criação, porquanto ela manifesta a substância divina que se torna sensível nela e através dela (De divis. nat., I, 10; V, 23). Este conceito reapareceu com frequência na história da filosofia, mas a maior recorrência se deu na filosofia do romantismo. Fichte, p. ex., dizia: "O saber é a existência, a manifestação, a perfeita imagem da força divina" (Grundzuge der gegenwärtigen Zeitalters, 1806, LX). Este pensamento domina também as filosofias de Scheling e de Hegel. No entanto, cumpre observar que nelas a revelação não é apenas manifestação: é também — como dizia Fichte — existência (isto é, realização) de Deus. É essa a característica específica assumida pelo conceito de revelação no romantismo e conservada de maneira mais ou menos decisiva nas filosofias da revelação que constituem a segunda fase do romantismo e têm como lema a defesa da tradição. As filosofias de Maine de Biran, Rosmini, Gioberti, Mazzini partem todas do princípio de que a consciência é a revelação de Deus. A propósito, Maine de Biran nada mais fazia que exprimir uma convicção bastante difundida ao afirmar que a revelação não é apenas externa (tradição oral ou escrita), mas é também interna ou da consciência, visto que ambas procedem diretamente de Deus (OEuvres, ed. Naville, III, p. 96).

O conceito de revelação foi adotado como fundamento da filosofia de Heidegger, mas sem o tom religioso do séc. XIX. A revelação do ser, segundo Heidegger, nunca é perfeita e exaustiva porque o ser se esconde ao mesmo tempo em que se revela: "O ser subtrai-se a si mesmo enquanto se revela no ente. Assim, o ser, iluminando o ente, ao mesmo tempo o desvia e o encaminha para o erro" (Holzwege, p. 310). Segundo Heidegger, a revelação do ser ocorre através da linguagem, que não é instrumento humano, mas o próprio ser em sua revelação (Brief uber den Humanismus, p. 81). Por outro lado, a concepção da linguagem como revelação hoje não pertence apenas a Heidegger. O que é mais uma prova da persistência em filosofia do conceito teológico de revelação. [Abbagnano]


Etimologicamente, é toda e qualquer manifestação do que está oculto. Em sentido religioso, revelação é a manifestação do oculto feita por um poder superior, concretamente por Deus. Na linguagem cor-rente dá-se, às vezes, o nome de revelação a um conhecimento repentino, que já estava preparado no subconsciente, cujas causas, porém, não se adivinham (como, p. ex., na inspiração do artista). Aparentada com este sentido do termo é a concepção modernista da revelação, segundo a qual a revelação é só o sentimento religioso que brota do subconsciente. Contudo, a revelação, em sentido propriamente dito, implica alguém que manifeste o oculto, alguém que receba a manifestação e uma verdade manifestada. A mera consciência da interna relação a Deus (mística) não constitui ainda revelação. — A manifestação da existência e de certos atributos de Deus, inseparavelmente unida à criação, recebe o nome de revelação natural. Dela importa distinguir, segundo a teologia católica, aquela revelação que se manifesta mediante linguagem propriamente dita e pelo testemunho de Deus. Chama-se revelação sobrenatural, porque nem a natureza humana a exige, nem ela obedece à necessidade de qualquer lei natural. Deve aqui entender-se por linguagem, não um processo fisiológico, mas uma atuação mediata (por meio de sinais) ou imediata de Deus sobre o espírito humano, pela qual Ele não só lhe comunica certas ideias (enunciados), como também, por meio de sinais seguros (milagre) dá a conhecer que é Ele quem as comunica e abona a verdade delas. O objeto da comunicação podem ser mistérios, por sua natureza ocultos ao homem, e outrossim verdades em princípio não incognoscíveis ao homem, acerca das quais, porém, este recebe nova e infalível certeza, mercê do testemunho divino. A possibilidade da revelação sobrenatural baseia-se em que Deus é um ser pessoal, inteligente e livre, cuja ação extrínseca não pode ser limitada pelas leis naturais. A mudança, que a revelação implica, verifica-se exclusivamente no entendimento que a recebe. — As religiões que invocam uma revelação sobrenatural em favor de seu conteúdo doutrinal essencial e de suas instituições fundamentais chama-se religiões reveladas. Religiões diferentes, na medida em que se contradizem no que tange ao conteúdo doutrinal, não podem estar simultaneamente fundadas numa revelação real. Para que a aceitação da revelação, que se verifica pela fé, seja obrigatória, deve o fato da revelação estar assegurado pelo menos com certeza prática. Nem por parte de Deus, nem por parte do homem, é necessário que a revelação se dirija imediatamente aos indivíduos: pode igualmente ser transmitida por pessoas intermédias, dignas de fé. A natureza do homem como ser histórico implica que este deva poder encontrar a Deus pelo caminho da revelação e, por conseguinte, na história. — Brugger.

Submitted on 17.05.2011 14:20
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