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imanência

Definition:
(in. Immanence; fr. Immanence; al. Immanenz; it. lmmanenzà).

Esse termo pode significar: 1) presença da finalidade da ação na ação ou do resultado de uma operação qualquer na operação; 2) limitação do uso de certos princípios à experiência possível e recusa em admitir conhecimentos autênticos que superem os limites de semelhante experiência; 3) resolução da realidade na consciência.

1) Era com o primeiro significado que os escolásticos falavam de ação imanente, que "permanece no agente", como entender, sentir, querer, porquanto distinta da ação transitiva (transiens), que passa para uma matéria externa, como serrar, esquentar, etc. (cf. por todos Tomás de Aquino, 5. Th., I, q. 14, a. 2; q. 18, a. 3; q. 23, a. 2; q. 27, a. I etc). Essa distinção só fazia expressar a distinção feita por Aristóteles entre movimento (kinesis) e atividade (energeia) no IX livro da Metafísica (6, 1048 b 18), considerando como movimento a ação que tem fim fora de si, e atividade as ações que têm fim em si mesmas. Aristóteles empregara a esse propósito o verbo enuparkein, que significa inerir como parte essencial ou constitutiva. Spinoza empregou o adjetivo no mesmo sentido, afirmando que "Deus é causa imanente, não transitiva, de todas as coisas" querendo com isso dizer que "Deus é causa das coisas que estão nele", e que nada há fora de Deus (Et., I, 18). A distinção aristotélica foi retomada pelos wolffianos (cf. Baumgarten, Met., § 211). É evidente que, neste sentido, imanência significa permanência do fim, do resultado ou do efeito de uma ação no seu agente.

2) O segundo significado desse termo corresponde ao emprego que Kant faz do adjetivo, chamando de imanentes "os princípios cuja "aplicação se tem em tudo e por tudo dentro dos limites da experiência possível", contrapondo-se, portanto, aos princípios "transcendentes". que ultrapassam esses limites (Crít. R. Pura, Dialética, Intr., I; Prol, § 40). Nesse sentido, imanência significa limitação do emprego de certos princípios ao domínio da experiência possível, e renúncia a estendê-los além dele.

3) O terceiro significado de imanência foi estabelecido pelo idealismo pós-kantiano. Fichte diz: "No sistema crítico, a coisa é aquilo que está posto no Eu; no dogmático, aquilo em que o Eu é posto; assim, o criticismo é imanente porque põe tudo no Eu; o dogmatismo é transcendente porque vai além do Eu" (Wissenschaftslehre, 1794, I, § 3, D; trad. it., p. 77). Essa terminologia, que é seguida por Schelling, atribui ao adjetivo "imanente" a característica do idealismo absoluto, para o qual nada existe fora do Eu. Contudo, é evidente a analogia desse significado com o de Spinoza, para quem a ação de Deus é imanente porque não vai além de Deus. Nesse sentido, a imanência é a inclusão de toda a realidade no Eu (ou Absoluto ou Consciência) e a negação de qualquer realidade fora do Eu. No mesmo sentido, Gioberti falava de "pensamento imanente" (Protologia, I, p. 173) e insistia na imanência o idealismo italiano entre as duas guerras.

Comum a esses três significados do termo é o conceito de imanente como tudo que, fazendo parte da substância de uma coisa, não subsiste fora dessa coisa. [Abbagnano]


(do latim "immanere") significa etimologicamente "permanecer em". Enquanto implica um "não-ultrapassar", designa o contrário da transcendência e, do mesmo modo que esta, é tomada em várias acepções. — Na teoria do conhecimento, imanência (1) denota dependência da consciência. Portanto, o objeto não é algo independente que supere o ato cognitivo e possua um ser próprio; antes, é posto pelo ato cognitivo e permanece nele, de tal sorte que seu ser próprio consiste em ser pensado. Defendem esta opinião a filosofia da imanência e o idealismo epistemológico (o ser coincide com a ideia, isto é, aqui, com o ser pensado). Comumente o objeto não pode ser tirado da consciência empírica do homem individual, mas unicamente da omni-compreensiva consciência-em-geral ou da consciência transcendental. Por conseguinte, se o objeto parece ser transcendente perante a primeira, é absolutamente imanente com relação à segunda. Em tudo isto há um núcleo de verdade; o saber absoluto divino (unido à onipotência põe os objetos finitos, o que não suprime o ser real destes, senão que precisamente lhes confere seu fundamento.

Em relação à nossa experiência, imanência (2) significa estar circunscrito ao âmbito da experiência possível. Por não poder ultrapassar este âmbito, o homem é excluído do supra-sensível ou, pelo menos, do não-experimentável. Assim o ensinam o fenomenalismo empirista de Hume e a crítica da razão pura de Kant. Como ambos mostram, tal doutrina volatiliza também o experimentável, convertendo-o em puro fenômeno produzido por nós. O modernismo ensina igualmente que a religião se restringe exclusivamente à simples vivência subjetiva. Deste modo, a segunda acepção de imanência desemboca quase sempre na primeira. — Diferindo do modernismo, o método de imanência de Blondel é (embora controvertido) um caminho para demonstrar a transcendência da verdade religiosa pela impotência da razão abandonada a suas próprias forças.

No plano metafísico, imanência (3) significa o ser-em (estar-em) do Absoluto no universo ou no finito. O panteísmo opõe esta imanência de Deus à transcendência na medida em que só admite uma alma do universo ou um fundamento do universo, do qual os restantes seres são puros momentos evolutivos. Com isso negam-se a autêntica infinidade de Deus, já plenamente desdobrada em si mesma, e a liberdade divina, negação com a qual é incompatível uma ação criadora propriamente dita. A verdadeira imanência do mundo em Deus e de Deus no mundo não suprime a transcendência divina, antes a inclui necessariamente; Deus está intimamente presente em sua criação, precisamente em virtude de sua plena infinidade, de sorte que não seria infinito se lhe fosse possível estatuir as criaturas sobre si mesmas.

De modo diferente servimo-nos do termo imanência (4), quando definimos a vida como atividade (ação) imanente, em oposição à transeunte. Queremos com isso significar que dita atividade gira em torno de si mesma e permanece no próprio agente. — Lotz. [Brugger]




Diz-se de uma atividade que é imanente a um agente quando permanece dentro do agente no sentido de que tem no agente o seu próprio fim. O ser imanente contrapõe-se, portanto, ao ser transcendente - ou transitivo -, e, em geral a imanência opõe-se à transcendência.

Muitos escolásticos, baseando-se na distinção aristotélica entre ações que passam do agente ao objeto (por exemplo: cortar, separar) e ações que revertem sobre o agente (por exemplo: pensar) distinguiram entre uma ação imanente e uma transcendente. Este sentido de imanente e imanência foi adotado por Espinosa e outros autores, embora nem sempre dentro dos limites estabelecidos por Aristóteles e pelos escolásticos. Em todo o caso o conceito de imanência desempenha em Espinosa um papel capital, porquanto Deus é definido no seu sistema do seguinte modo:

“Deus é causa imanente, mas não transitiva, de todas as coisas”. Espinosa demonstra assim esta proposição: “tudo o que é, é em Deus e deve ser conseguido por Deus; portanto, Deus é causa das coisas que estão nele e isto é o primeiro. Logo, fora de Deus não pode haver nenhuma substância, quer dizer, nenhuma coisa que fora de Deus exista por si mesma, e isto é o segundo. Portanto, Deus é causa imanente, mas não transitiva, de todas as coisas”. O modo como Espinosa faz uso da noção de imanência indica que se trata não só de distinguir entre dois modos de ação, mas também de ver num destes modos o verdadeiramente real, por ser ao mesmo tempo o plenamente racional. Desde finais do século dezanove e principalmente nos começos do nosso século, têm-se desenvolvido várias correntes filosóficas que receberam o nome de imanentismo ou filosofias da imanência. São filosofias que só procuram o mundo real na consciência. Tudo quanto existe deve ser imediatamente dado ao sujeito no conhecimento, sem nenhum intermediário. [Ferrater]


(do lat. in e manere, permanecer, manar em).

a) Caráter do que é imanente, o que existe ou se dá sempre num dado objeto, o que dele não se separa, o que nele permanece, reside de modo permanente, im-mana e per-mana.

b) Na filosofia escolástica, uma causa é imanente quando seus efeitos estão exclusivamente dentro do agente (como o ver, que não modifica o que vê nem o que é visto) em oposição a transiens, causa transitiva, que é a que transita do agente para o efeito.

c) Para Kant o imanente é o que decorre da experiência, como oposto ao não experiencial ou transcendente.

d) Alguns empregam no sentido de presença em oposição à ausência.

e) Para o panteísmo Deus é imanente ao mundo, enquanto para o teísmo Deus é transcendente a ele. Só se poderia admitir sua imanência como presença e atividade, mas ter-se-ia de admitir sua transcendência como essência. Algumas concepções místicas afirmam a mútua imanência entre a divindade e o homem. [MFSDIC]
Reference: imanência

Submitted on 22.12.2021 19:31
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