Search
Who is Online
21 user(s) are online (21 user(s) are browsing Léxico Filosofia)

Members: 0
Guests: 21

more...
Novos Termos
Termos Populares
Home Léxico Filosofia  Léxico Filosofia I  I ideologia ideologia
Léxico Filosofia

 Browse by letter 
 | 0  | 1  | 2  | 3  | 4  | 5  | 6  | 7  | 8  | 9  |  A  |  B  |  C  |  D  |  E  |  F  |  G  |  H  |  I  |  J  |  K  |  L  |  M  |  N  |  O  |  P  |  Q  |  R  |  S  |  T  |  U  |  V  |  W  |  X  |  Y  |  Z  |

ideologia

Definition:
VIDE ideologias

O conjunto de crenças próprias a uma sociedade ou classe social. — Exprime-se geralmente através de uma doutrina política ou social inspiradora dos atos de um governo, de um partido, de uma classe social etc: o marxismo é uma ideologia, como, aliás, também o é o liberalismo econômico. Especificamente, no fim do séc XVIII, sistema dos ideólogos (Destutt de Tracy, Cabanis, Volney, Daunou), que tinha por objeto o estudo das ideias e sua origem (psicologia do conhecimento). [Larousse]


Este termo (em obras antigas) designa, umas vezes, a "ciência das ideias ou conceitos" (nos vários significados destas palavras), e, outras vezes, uma espécie de sistema abstrato de ideias sem correspondência com a realidade. O vocábulo "ideologia" recebeu significado mais determinado, devido ao materialismo dialético. Este dá o nome de "ideologia a todo sistema, p. ex., filosófico, religioso, mas especialmente ético e político, sistema que, embora se diga espiritual (ideia), na realidade é mera função de um processo ou estado puramente material (sobretudo econômico). Tal conceito de ideologia não passa de um subterfúgio do materialismo perante a realidade inegável do espiritual. Sua aparente justificação reside na circunstância de o espírito humano, em suas atuações, estar ligado de múltiplas formas e pressuposições materiais (e também econômicas), e de acima de tudo ter como verdade, de preferência, aquilo que ele deseja. — Brugger.




1) A ideologia foi uma disciplina filosófica cujo objeto era a análise das ideias e das sensações. Os teólogos escreveram nos princípios do século dezanove, interessaram-se grandemente pela análise das faculdades e dos diversos tipos de ideias produzidas por estas faculdades. Estas ideias não eram nem formas (lógicas ou metafísicas), nem fatos estritamente psicológicos, nem categorias (gnoseológicas), embora de algum modo participassem de cada uma destas. A ideologia está intimamente ligada à gramática geral, que se ocupa dos métodos do conhecimento, e à lógica, que trata da aplicação do pensamento à realidade.

2) Maquiavel pôs já a claro a possibilidade de uma distinção entre a realidade - especialmente a realidade política - e as ideias políticas. Num sentido mais geral, Hegel assinalou a possibilidade de a consciência se separar de si mesma no decurso do processo dialéctico e, mais especificamente, do processo histórico. Isto equivale a reconhecer a possibilidade de uma “consciência desgarrada” ou “consciência infeliz”, isto é, a possibilidade de a consciência não ser o que é e ser o que não é. Na famosa inversão da doutrina de *Hegel proposta por Marx, o desdobramento aparece como uma ideologia. As ideologias formam- se como mascaramentos de realidade fundamental econômica. A classe social dominante oculta os seus verdadeiro propósitos (os quais, por outro lado, ela própria pode ignorar) por meio de uma ideologia. Mas a ideologia, ao mesmo tempo que ocultação e mascaramento de uma realidade, pode ser revelação dessa realidade. Por outro lado, a ideologia pode servir como instrumento de luta, como sucede quando o proletariado toma o poder e converte em ideologia militante a sua concepção materialista e dialéctica da história. [Ferrater]


Ao fazer a crítica dos jovens hegelianos, Marx ensinava que não se pode combater uma fraseologia com outra fraseologia. Há que se dirigir aos seus fundamentos e também à crítica de Engels a Feuerbach. Marx mostra que os homens passam a se distinguir dos animais "a partir do momento em que começam a produzir seus meios de existência". O homem não copia a realidade natural, pois sua atividade manifesta "um modo de vida determinado. Tal modo de ser coincide, portanto, com sua produção, tanto com o que produzem como com o modo pelo qual produzem. O que as pessoas são depende, portanto, das condições materiais de sua produção". À medida em que se desenvolve a produção de um certo agrupamento social (que pode ser uma tribo, um povo, uma nação), aparecem novas forças produtivas que ocuparão lugares distintos na estrutura social. A divisão de trabalho será cada vez maior à medida do aparecimento de novas qualidades na produção. Esta divisão do trabalho corresponderá à uma nova divisão de propriedades na sociedade. Por exemplo, uma sociedade que não explora ainda suas terras não se interessa por sua apropriação (nem conhece esta categoria). À medida que a terra passa a ser produzida é que esta produção determinará o status da propriedade fundiária, "Em outras palavras, cada nova fase da divisão do trabalho determina igualmente as relações dos indivíduos entre si, no que concerne à matéria, aos instrumentos e aos produtos do trabalho". O indivíduo não se define no plano de sua existência individual, mas de acordo com sua posição na estrutura social. "A estrutura social e o estado resultam constantemente do processo vital dos indivíduos definidos; mas indivíduos não como possam parecer à sua imaginação ou dos outros, mas como são na realidade, ou seja, tal como trabalham e produzem materialmente; portanto, tal como agem em bases e em condições e limites materiais definidos e independentes de sua vontade". A atividade intelectual dos homens dependerá diretamente de seu comportamento material. É verdade que o homem produz ideias e conceitos "mas homens reais, ativos, condicionados por uma evolução definida de suas forças produtivas e pelas relações correspondentes a elas, inclusive as formas mais amplas que estas possam tomar". Estas ideias e conceitos que os homens produzem e que "explicam" suas atividades e relações é que constituem a ideologia, São dados no nível imediato da relação do homem com os outros e com o mundo e também são dados no nível teórico que pretende constituir o homem sem estudar os fundamentos de sua constitutividade. Toda consciência de classe é ideológica, criadora de ilusões, mitos e utopias que deveriam representar o real. A "objetividade científica" do homem liga-se necessariamente à sua posição na estrutura social (problema que a teoria do discurso tenta resolver). Isto foi interpretado de modos distintos. Por exemplo, Lukács afirma que a sociedade é um todo articulado num sistema de produção. Diz que é possível uma tomada de consciência por parte da classe operária da articulação do sistema capitalista e que, através de sua ação, o operariado poderá se apropriar do real. "Esta transformação das coisas em processos traz concretamente sua solução ao conjunto dos problemas que os paradoxos da coisa existente impuseram ao pensamento". Fica implícita (e explicitada no decorrer do livro) a tese de que não há ideologia operária desde que ela se articule no real como um todo e que seus diversos momentos articulatórios fazem equivaler o ser ao pensar. O mesmo raciocínio foi usado por autores soviéticos. A ideologia pertenceria às outras classes e nações. "Desta maneira, no desenvolvimento da sociedade existem leis objetivas rreas que se realizam com uma necessidade natural. Precisamente estas leis objetivas são as que criam a possibilidade da ação consciente dos homens. Sem a existência das ditas leis, o indivíduo, as classes e os partidos não teriam podido atuar conscientemente. Só o conhecimento das leis da sociedade subministra às classes combatentes a arma mais eficaz da luta consciente, da ação revolucionaria consciente". Através do saber, ser e pensamento se identificam e a totalidade cientificamente pensada passa a ser cientificamente vivida.

Assim se criou uma ideologia com fundamento pseudo-científicos. Ideologia marxista que se exauriu, juntamente com outras, nesta tecnologia. Pois também o marxismo pode ser usado ideologicamente, como qualquer teoria.

Quem situou adequadamente o problema foi Althusser. Ele afirma que "Marx jamais acreditou que uma ideologia pudesse ser dissipada por seu conhecimento: pois a condição desta ideologia sendo o conhecimento de suas condições de possibilidade, de sua estrutura, de sua lógica específica e de seu papel prático no seio de uma sociedade dada, é ao mesmo tempo o conhecimento das condições de sua necessidade". A ideologia "é um sistema (possuindo sua lógica e rigor próprios) de representações (imagens, mitos, ideias, ou conceitos, segundo os casos) dotado de uma existência e de um papel históricos no seio de uma sociedade dada (...) A ideologia como sistema de representação se distingue da ciência pelo fato de que nela (na ideologia) a função prático-social prima sobre a função teórica (ou função de conhecimento)". Segundo Althusser, toda sociedade humana é constituída complexamente de três níveis: o econômico, o político e o ideológico. O ideológico faz parte estruturalmente da sociedade (qualquer que ela seja) como tal. "Tudo se passa como se as sociedades humanas não pudessem subsistir sem estas formações específicas, estes sistemas de representações (de nível diverso) que são as ideologias (...) Só uma concepção ideológica do mundo pode imaginar sociedades sem ideologia e admitir a ideia utópica de um mundo onde a ideologia (e não alguma de suas formas históricas) desaparecesse sem deixar marcas, para ser substituídas pela ciência". Desde que o homem representa sua existência de algum modo — e ele sempre representa — ele é ideológico. Por outro lado, a ideologia não pode ser tratada como uma totalidade indiferenciada, pois ela constitui sistema, ela se articula. Duvida-se que se possam extrair dela elementos diferenciais precisos — os ideologemas —, o que não impede que se possam opor duas explicações ideológicas, uma sendo mais "forte" que a outra. "Lévi-Strauss analisa a autobiografia de um xamã que, duvidando do xamanismo, afirmava a eficácia maior de suas técnicas sobre as outras. Para aspectos descritivos da ideologia na cultura de massa. (Chaim Katz - DCC)

Submitted on 25.06.2010 23:12
This entry has been seen individually 1114 times.

Bookmark to Fark  Bookmark to Reddit  Bookmark to Blinklist  Bookmark to Technorati  Bookmark to Newsvine  Bookmark to Mister Wong  Bookmark to del.icio.us  Bookmark to Digg  Bookmark to Google  Share with friends at Facebook  Twitter  Bookmark to Linkarena  Bookmark to Oneview  Bookmark to Stumbleupon Bookmark to StudiVZ

Powered by XOOPS © 2001-2012 The XOOPS Project