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Léxico Filosofia
D dynon
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Category:
Heidegger - Termos originais
dynon
Definition:A palavra dynon é especial porque se caracteriza por uma dupla participação [Teilhaberschaft], já que, morfologicamente, pode tanto participar da classe de palavras chamada “nome” ou “substantivo”, como também daquela classe de onde se deriva a forma do participio, ou seja, o verbo, a palavra temporal. Assim, o “fragrante” é, por um lado, tanto o que exala a fragância, a rosa, por exemplo, como a própria fragância, a fragância de rosa. [GA55MSC:69]
O primeiro momento [na interpretação do fragmento 16 de Heráclito] é o esclarecimento de δῦνον [dynon]. Sabe-se que a preocupação e Heidegger é, não só traduzir o grego em alemão, mas, como diz muitas vezes, «traduzir o grego em grego». Ora traduzir τὸ δῦνον em grego é reconhecer nele, não uma atenuação ou uma simples supressão, mas um movimento de penetração na λήϑη [lethe], uma entrada na ocultação [Cf. GA7:258: Das griechisch gedacht Untergehen geschieht als Eingehen in die Verbergung. Heidegger joga aqui com os recursos do verbo alemão eingehen, que significa ao mesmo tempo entrar e desaparecer.]. Por este fato, a sua negação, tal como aparece no fragmento 16, deverá necessariamente ser compreendida como saída da ocultação, isto é como emergência [Aufgehen] ou vinda ao aparecer: «o que nunca desaparece» (das niemals Untergehende) é assimilável a «o que sem cessar se ergue e desabrocha» (das ständig Auf gehende).
Portanto, é de fato a φύσις [physis] que, sem ser nomeada é o objecto do fragmento 16. É ela que aí está determinada, negativamente, como aquilo que nunca entra numa ocultação [Verbergung]. Ou, mais precisamente ainda — se prestarmos atenção ao sentido verbal do participio τὸ δῦνον [Como a isso nos convidam os primeiros pensadores gregos, entendendo verbalmente este outro participio que é ἐόν. Cf. GA55:58 e 80] — como o próprio fato de nela nunca soçobrar (das niemals Untergehen). Assim, a primeira parte do fragmento 16 confirma o que já evocáramos de maneira geral: φύσις não é, originalmente, aquilo que, porque desabrocha, vem ao aparecer e se conserva na presença, mas a própria emergência de todo o ente como tal, a sua vinda ao aparecer, a sua entrada em presença (a Anwesung, em correspondência com a Aufgehung). Não nomeia nenhum ente, mas o ser: «Heráclito pensa a perpétua eclosão. Não alguma coisa a que a eclosão é atribuída como propriedade, e também não o Todo a que a eclosão diz respeito. Heráclito pensa antes de tudo a eclosão, e só ela» [GA7:261].
Em conclusão, estamos de posse de uma primeira determinação da φύσις: a φύσις, a Aufgehen, o desabrochar, diz o nunca-soçobrar e define-se assim pela sua oposição à ocultação. Sendo assim, o princípio do fragmento 16 parece simplesmente confirmar, ao mesmo tempo que o precisa, o que já nos tinha ensinado a simples escuta da palavra grega [griechisch gehört]. [MZHPO:50-51]
O primeiro momento [na interpretação do fragmento 16 de Heráclito] é o esclarecimento de δῦνον [dynon]. Sabe-se que a preocupação e Heidegger é, não só traduzir o grego em alemão, mas, como diz muitas vezes, «traduzir o grego em grego». Ora traduzir τὸ δῦνον em grego é reconhecer nele, não uma atenuação ou uma simples supressão, mas um movimento de penetração na λήϑη [lethe], uma entrada na ocultação [Cf. GA7:258: Das griechisch gedacht Untergehen geschieht als Eingehen in die Verbergung. Heidegger joga aqui com os recursos do verbo alemão eingehen, que significa ao mesmo tempo entrar e desaparecer.]. Por este fato, a sua negação, tal como aparece no fragmento 16, deverá necessariamente ser compreendida como saída da ocultação, isto é como emergência [Aufgehen] ou vinda ao aparecer: «o que nunca desaparece» (das niemals Untergehende) é assimilável a «o que sem cessar se ergue e desabrocha» (das ständig Auf gehende).
Portanto, é de fato a φύσις [physis] que, sem ser nomeada é o objecto do fragmento 16. É ela que aí está determinada, negativamente, como aquilo que nunca entra numa ocultação [Verbergung]. Ou, mais precisamente ainda — se prestarmos atenção ao sentido verbal do participio τὸ δῦνον [Como a isso nos convidam os primeiros pensadores gregos, entendendo verbalmente este outro participio que é ἐόν. Cf. GA55:58 e 80] — como o próprio fato de nela nunca soçobrar (das niemals Untergehen). Assim, a primeira parte do fragmento 16 confirma o que já evocáramos de maneira geral: φύσις não é, originalmente, aquilo que, porque desabrocha, vem ao aparecer e se conserva na presença, mas a própria emergência de todo o ente como tal, a sua vinda ao aparecer, a sua entrada em presença (a Anwesung, em correspondência com a Aufgehung). Não nomeia nenhum ente, mas o ser: «Heráclito pensa a perpétua eclosão. Não alguma coisa a que a eclosão é atribuída como propriedade, e também não o Todo a que a eclosão diz respeito. Heráclito pensa antes de tudo a eclosão, e só ela» [GA7:261].
Em conclusão, estamos de posse de uma primeira determinação da φύσις: a φύσις, a Aufgehen, o desabrochar, diz o nunca-soçobrar e define-se assim pela sua oposição à ocultação. Sendo assim, o princípio do fragmento 16 parece simplesmente confirmar, ao mesmo tempo que o precisa, o que já nos tinha ensinado a simples escuta da palavra grega [griechisch gehört]. [MZHPO:50-51]
Reference: physis / phusis / φύσις
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