Search
Who is Online
16 user(s) are online (16 user(s) are browsing Léxico Filosofia)

Members: 0
Guests: 16

more...
Novos Termos
Termos Populares
Home Léxico Filosofia  Léxico Filosofia P  P pecado original pecado original
Léxico Filosofia

 Browse by letter 
 | 0  | 1  | 2  | 3  | 4  | 5  | 6  | 7  | 8  | 9  |  A  |  B  |  C  |  D  |  E  |  F  |  G  |  H  |  I  |  J  |  K  |  L  |  M  |  N  |  O  |  P  |  Q  |  R  |  S  |  T  |  U  |  V  |  W  |  X  |  Y  |  Z  |

pecado original

Definition:
(lat. peccatum originale; in. Original sin; fr. Péché originel; al. Erbsünd; it. Peccato originalé).

As discussões filosófico-teológicas a respeito do pecado original geralmente tiveram como objeto a maneira como esse pecado se transmitiu de Adão aos outros homens. Tomás de Aquino de Aquino enumerava duas hipóteses principais, aduzidas para a solução desse problema: a hipótese do traducianismo, segundo a qual "a alma racional transmite-se com a semente, de tal maneira que de uma alma infecta derivam almas infectas", e a hipótese da bereditariedade, segundo a qual "a culpa da alma do primeiro genitor transmite-se à prole, embora a alma não se transmita do mesmo modo como os defeitos do corpo se transmitem de pai para filho". Ambas as hipóteses pareciam insustentáveis a Tomás de Aquino de Aquino, e ele anunciava a sua dizendo que "todos os homens nascidos de Adão podem considerar-se um único homem, porquanto têm a mesma natureza, recebida do primeiro genitor, da mesma maneira como nas cidades todos os homens que pertencem à mesma comunidade se julgam um só corpo, e a comunidade inteira é como um único homem" (II, 1, q. 81, a. 1). Alguns séculos depois, em sua Teodiceia (1710), Leibniz enumeraria as mesmas hipóteses (Théod., I, § 86), entre as quais oscilou sempre o pensamento teológico.

Aliás, é só em Kant e em Kierkegaard que se encontra uma interpretação filosófica (e não teológica) do pecado original. Kant observou que não se deve confundir a questão da origem temporal de uma coisa com a questão de sua origem racional: o problema da origem temporal deve ser resolvido pela doutrina bíblica do pecado original, mas o da origem racional do mal deve ser solucionado pela doutrina do "mal radical", segundo a qual a disposição inata do homem para o mal deriva da natureza de suas máximas. E diz: "A proposição ‘o homem é mau’ significa apenas que o homem está ciente da lei moral, mas acolheu o princípio de afastar-se ocasionalmente dessa lei. Dizer que ele é mau por natureza significa que isso vale para toda a espécie humana, não no sentido de que essa qualidade possa ser deduzida do conceito de espécie humana (do conceito de homem em geral) — porque então seria necessária —, mas no sentido de que o homem, do modo como é conhecido por experiência, não pode ser julgado de outra maneira ou no sentido de que se pode pressupor como objetivamente necessária a tendência ao mal em qualquer homem, até no melhor" (Religion, I, 3; trad. it., Durante, p. 18). Substancialmente idêntica a esta é a interpretação do pecado original dada por Kierkegaard, que discerniu a condição e a realidade psicológica dele na angústia: "A proibição de Deus angustia Adão porque desperta nele a possibilidade da liberdade. O que na inocência era o nada da angústia passou então a fazer parte da inocência, sendo aí também um nada, ou seja, a possibilidade angustiante de poder. Do que pode não tem a menor ideia; caso contrário, pressupor-se-ia, como acontece habitualmente, aquilo que segue, que é a diferença entre o bem e o mal. Em Adão só há a possibilidade de poder, como forma superior de ignorância, como expressão superior de angústia, porque em sentido mais elevado esta possibilidade é e não é, e Adão ama-a e foge dela" (Der Begriff Angst, I, § 5; trad. it., Fabro, p. 54). Também aqui, como se vê, não se trata da origem temporal, mas da origem racional do pecado original, e aqui também essa origem é vista numa possibilidade, indeterminada ou "indefinida", como a chama Kierkegaard, que é também a possibilidade de agir contra a proibição divina. Para Kierkegaard, assim como para Kant, o pecado original consistiria, portanto, na perspectiva de uma possibilidade, que, como tal, pode implicar a infração à norma moral ou à proibição divina. [Abbagnano]

Submitted on 29.10.2010 17:30
This entry has been seen individually 1194 times.

Bookmark to Fark  Bookmark to Reddit  Bookmark to Blinklist  Bookmark to Technorati  Bookmark to Newsvine  Bookmark to Mister Wong  Bookmark to del.icio.us  Bookmark to Digg  Bookmark to Google  Share with friends at Facebook  Twitter  Bookmark to Linkarena  Bookmark to Oneview  Bookmark to Stumbleupon Bookmark to StudiVZ

Powered by XOOPS © 2001-2012 The XOOPS Project